No reino das construções imperfeitas
O dragão do mal mora na floresta
A se alimentar de carvão e flores secas
E a princesa vive sem o príncipe
Por que as coisas são como são?
Por que as coisas são como são?
Eu não entendo da arte
Finto o destino com altivez
Você me fez chorar
Você me fez sofrer
Mesmo sendo um anjo
Perfeita,sem erros e cruel
Tanta dor cravada em mim
Repressão aguardando salvação
Perpétua perfumada acorrentada
Regressão do quê não se sabe
E nunca virá dos espinhos
Reunião de espíritos seculares
Espero seu olhar no espelho
Amante das coisas boas da vida
Nada desejo do céu ou do inferno
Aqui você tem as palavras certas
A pele macia,oceânica
Que conduz ao labirinto da paixão
E um futuro confuso açoita
Luz parda no meio do escuro
Falta alguma coisa na pauta
Horrível bestião de prata
Taxa-me de indigno, infértil,doente
Mastigando a dita esperança na boca
Mas sem o abraço trêmulo da amada
O mundo real nada significa
Na totalidade semântica do uni_verso
Estes 3/4 de H20 E NaCl que carrego
Apenas uma relação semelhante
A quantidade de água e sal no planeta azul
Não quero saber de sonhar
O peito já está arranhado
Compungido e rachado
O coração preso à um peso de ferro guza
Transporto para o abismo do saber
Prendo a respiração por segundos
Não ouço mais as vozes das sereias
Nem cantos secretos das ninfas ,
Afundo no ar feito um papel dobrado
Enquanto um outro Neruda
Passeia na praia fria
De braços dados com a brisa