De sorrisos e alegrias se faziam os dias!...
Tu a Águia, eu a Gaivota, sonhadores...
Inocentes a partilhar alegrias, instantes,
Que para nós eram versos de uma poesia...
Uma estória escrita com ousadia...
Tu a Águia, eu a Gaivota, envolvidos!...
Vivendo com encanto no coração,
Com a atenção voltada para o amor,
Que de sonhos tinha o argumento!...
Pleno em magia e encantamento...
Tu a Águia, eu a Gaivota, enganados!...
Pensávamos que poderíamos por nós
Unir nossos destinos e, assim, juntos
Voar de mãos dadas pela vida!...
Sem saber que vigiava um predador...
Tu a Águia, eu a Gaivota e um Mundo
Cheio de preconceitos entre nós!...
Pobres!... Poetas ou loucos, vivendo
De enganos, que mais tarde seriam
Marcas que ficariam para sempre...
Tu a Águia, eu a Gaivota, nas nuvens!...
Onde tudo era sonho!... Rimas e ilusões
E sem que soubéssemos como, nem por quê,
Caiu sobre nós a maldade do homem,
Destruindo o que havíamos construído...
Tu a Águia, eu a Gaivota, separados!...
Deixamos que a distância e o tempo
Nos levasse para longe dos olhos,
Ficando nossos corações aprisionados
Nas rimas dos versos escritos por nós...
Tu a Águia, eu a Gaivota e o fim
De uma história que poderia ter sido
Uma dessas histórias de fada e que,
Na verdade, nem teve seu meio
E, por forças externas, chegou ao fim.
Tu a Águia que deixou ao partir
Tristeza, desesperança e dor
Para aquela que tanto te amou
E acreditou que um amor tão especial
Tinha suas bases na confiança...
Eu a Gaivota que ficou a chorar,
Marcada com sina de levar pela vida
As marcas profundas de um amor,
Que nasceu para ser eterno e que,
Por falta de confiança, acabou...
Tu a Águia, eu a Gaivota, hoje
Voamos por mundos diferentes,
Deixando para traz o que foi sonho,
Guardando no fundo da Poesia
O que foi, um dia, canto e alegria...