Avisa-me quando a lareira se apagar
Esse fogo que arde e morre lentamente
Como a chama que agoniza no altar
Do meu coração que te adora penitente
Foste embora como chegaste, sem avisar
A tua ausência dói como rude traição
Em lamentos, passo horas a imaginar
Com quem está agora o amor do teu coração
Por isso, quando a chama estiver adormecida
Quero deitar-me na cinza quente e morrer
Imolar esta inquietação que me rouba a vida
Matar esta saudade que me torna incapaz
E, de súbito, como a Fénix de novo renascer
Junto à lápide, na campa onde o teu corpo jaz.