Indigno é o ser que destrói...
Constrói morada de abjeto desejo,
Sobre as áureas compartidas
De um lago sereno de amor.
Ainda por vir, se faz presente,
Na ausência de costume...
Sequioso de destruição,
Na pujança da ignomínia,
Impõe seu perfume sânie.
Adjacência pantanosa d'alma,
Que expurga um sentir diabólico,
Abrindo fendas de escuro pavor...
Laços de um horror maquiavélico,
Afogando no fel das aparições
Almas inocentes que, um dia,
Fizeram de Luz a morada dos Anjos...
Mais condenável é o algoz,
que caminha ao lado,
Escravo dos sentidos da carne;
Néscio, não alcança em que limo
Afoga seus cantares que, um dia,
Foram de Luz e verdor encanto...
Na conjuntura desqualificada
Da apatia, dos que esquecem,
Prematuramente, o sabor do bom vinho.
Vistas de um anoitecer,
Que me faz chorosa na rima,
Que a lágrima tece sem premissa,
Constatando, apenas,
O perverso ser do humano,
Que me faz poeta sem norte...
Um dia, eu te amei, um dia desejei te cobrir de luzes...
E tu, com indiferença e egoísmo, virou-me as costas.
Fostes deitar em outros leitos, impondo cavar meu fim...
Pois te digo:
" Desgraçado é aquele que constrói sua morada,
Sobre a dor de um amor pisoteado, massacrado...
Não há perdão!... Não haverá felicidade...
Terás, por herança, o nada!"