Nesta minha quase loucura,
Levo-te sobre o orvalho!
Com saudade dura, de ausência pura,
Em meu imaginário!
Lá a solto nos capins!
Dançarinos enlaçando teu corpo...
Coloco em teus cabelos alecrins,
Ao canto de bichos soltos!
Tu corres de pés no chão,
Como se estivesses livre da gaiola...
No céu um sol querendo chão,
no horizonte indo embora...
Nada paga o teu sorriso!
Moeda qualquer deste mundo...
Nada paga!
Nem o brilho do teu olhar
De lua ao fundo...
Nada paga tantos risos!
Distribuídos numa alegria sem fim...
Nada paga!
Entre os trigais revividos,
Na revoada dos mandarins!
Ainda dançamos e dançamos...
Coroados de estrelas sentinelas!
Por elas, apaixonados, voamos,
Ao cosmo de noite bela !
Nada paga os beijos que trocamos...
O sussurrar de nossas almas ao vento!
O amor que para sempre juramos,
Que a adolescência trazia nesses tempos!
Nosso sexo confirmado,
Ao barro fresco daquele chão!
Nada paga...
Coberto por vagalumes, na escuridão!
Nesta minha quase loucura,
Chorei a ilusão que não me cabe!
Falta-me tudo! Iludo-me!
Realidade...
Falta-me tudo!
Sobra-me , sobre tudo...
Saudade!