Saudades da minha vida despojada,
brinco de argolas, saia estampada,
esmalte vermelho e pés descalços!
Jovem superando todos percalços,
lá ia eu, feliz da vida, cheia de prosa,
livre, sensual e pura, toda dengosa.
Talvez um pouco louca, por quê não?
Mas com firmeza para ler a tua mão.
Lua cheia, muita música com violino,
uma linda fogueira.Tudo tão divino
e ao mesmo tempo parecia profano,
bailando ou declamando, o cigano
controlava tudo, dentro da tradição.
Trabalhando com cobre e fundição,
com leis próprias, devotos de Sara,
Santa Negra que a todos ampara.
Dorinha Yoshinaga