Como a noite que permeia
ela nos olhos serpenteia
querendo se aninhar,
no coração que permite
seja ela seu alvitre
dos que não conseguem amar.
Tem mil pernas para andar,
mil olhos pra vigiar
e seu desejo é um só,
sendo seu ódio maior,
ver infeliz quem não quis
com ela compartilhar.
Existe desde outras Eras,
não sonha, não tem quimeras
que possa lhe enternecer.
É uma pobre alma errante,
pelo Mundo rastejante
vai cuspindo o seu viver.
Ha mil Séculos tem redutos,
na falsidade em sorriso,
desfacelou o Amor
dizendo-se pelo pudor
ajudou que fossem expulsos
um casal do Paraíso.
Hoje nem seria preciso
pois seu veneno é feroz...
Que se cuide todos nós
pra não se contaminar,
pois a INVEJA é uma cobra
que vara o tempo e colabora
para a maldade não findar.