Havia um mundo aqui...
e vida, e alegria, risos... muitos risos!
Havia cores espalhadas,
nas asas das borboletas, tantas cores...
Também nos pássaros e flores,
no céu azul que em tempo algum,
se pensou que ele deixaria de existir...
Havia o canto dos passarinhos,
maviosas notas a enfeitar o tempo!
Ruídos das gaivotas à beira mar,
disputando peixes... seu manjar.
E dos que passavam, ouvia-se os passos,
sempre apressados,
tiquetaqueando na calçada...
Iam todos para algum lugar,
aonde nunca chegaram...
De tudo que havia,
todos usufruíam,
e se perdiam,
sem se importarem em preservar.
O mar...
O mar ainda era azul quando eu o conheci.
E da minha janela eu namorava o mar,
insinuante mar!
Eu ouvia seus galanteios cantados pelas ondas,
e assistia o abraço constante, de amante,
ora do sol... ora da lua...
e eu poetava a traição do mar.
Enquanto isso,
meninos saudáveis brincavam de deus,
dominando o mar com suas pranchas,
rasgando as ondas como panos de seda,
e voltavam sempre com largos sorrisos.
Vinham se deitar na areia...
Havia um mundo aqui...
onde agora, apenas o silêncio marrom,
abraça desesperado os parcos raios de sol,
gemendo timidamente...
estou no fim....
no fim...