O amor é um ser indefinido
Um homúnculo que cresce no peito
Se instalando de modo perfeito
Cegando os olhos, tapando os ouvidos
O amor não pode ser nunca contido
Alastra-se no coração desfeito
Espalha-se no corpo do sujeito
E se apodera dos outros sentidos
Amor se sente e pouco se explica
Surdo aos apelos da dona razão
Inexplicável, eterno ele fica
Pobres poetas, que fazem então?
Criam imagens em laços de fita
E embalam nelas a sua paixão