O que te sustenta pobre ser?
A inveja, o ciúme, o ódio?
Como encarar tua imensa covardia?
Este teu veneno mortal feriu muitos,
Mas será contigo que irá ao túmulo...
Que Deus é o teu pobre ser?
Amai-vos uns aos outros,
Disse Ele um dia,
Mas tua memória é curta,
Tua vaidade é cega, teu ego surdo...
Teus anos estão sendo consumidos,
Nada foi plantado de bom.
Prepara tua colheita...
Que diz teu travesseiro?
Teu sono é tranquilo?
Tua idade passou perdida em maldades,
Desajustes, pobrezas, misérias...
Que diz teu espelho?
Claro, que ele te acusa...
E bem sabes quanto...
Dele não podes fugir,
Terás que encará-lo todos os dias
Da tua medíocre existência.
Será ele teu algoz, teu vilão...
E em altos brados te dirá:
- Fraco, traidor, covarde!
Paira sobre tua cabeça uma espada
Reluzente e afiada.
Muitas vozes gritando,
Gemendo aos teus ouvidos...
Tua fuga será vã... Inútil...
Nesta hora clamarás,
Senhor! Senhor!
Todas as feridas
Causadas... Serão tuas...
Teu sonho de grandeza acabou!