Vale-me o que eu sou! É o que importa !
Tudo mais são ilusões fugídias que passam;
Vão-se diluíndo beleza e juventude e, à nossa porta,
Batem ventos frios que nos aproximam da morte.
Não digam que é só tesouro, os bens que tenho
Acumulado com desvelo para um tal futuro
Para legar aos que de mim ficarem, os bons frutos
Do meu suor intenso e, minhas lágrimas de amor.
É amor, pois o resguardar. Até isolar-se, distanciando
Na busca de algo superior, muito além da visão,
Além do cotidiano que é vulgar...
Obstinada é a meta!
Sigo a intuição, sem nem saber porquê, ao certo.
Em qual dia hei de ir-me para o além ?
Assim é tudo o que resta e o que fica é que conta:
Vale mais o que eu sou e, não certamente
O que após disserem do que um dia eu fui!