Todo homem nasce
Condenado pela paixão
E por crimes que irá cometer sem querer
Entre quatro paredes
Há mais violência
Que em todos os campos de batalha
Sobre os lençóis brancos
Escorre mais sangue
Que nas mesas de operação dos hospitais
Casais ficam excitados
Enquanto se espancam
Mordem-se e se ferem mortalmente
Instintos primitivos despertam em fúria
Golpeiam cabeças ,quebram narizes
Queimam os seios com cigarros
Os números das delegacias não mentem
As piores perversidades
Acontecem no teatro da cama
Marteladas,marretadas,machadadas
Pauladas,estocadas,vassouradas
Tesouradas,enxadadas,guarda-chuvadas
As matanças rondam os lares
Desfazendo votos eternos
O abatedouro dentro do paraíso
Enforcamentos,desmembramentos
Estripamentos,envenenamentos
Sufocamentos,retalhamentos
Amputações de pênis,canibalismo
Peles escaldadas com agua fervente
Pescoços quebrados
Não adianta pedir perdão
No embalo do álcool
Torturas e brutalidades
Tantos sacrifícios humanos
Tantas crucificações espirituais
Tudo em nome do amor