Um espaço sem cores
Rasgou o véu das mazelas,
Molhou os olhos secos
Explodiu estilhaços
Na lâmina das palavras.
Escorreu pelas frestas
Um rio de desejos tolos,
Que só registrados foram
Nos pergaminhos da alma
Fria pelo escuro da solidão.
Um leito seco não se encharca
Com gotas esparsas,
Vira uma lamaçal viscoso sim
Com uma rega intencional;
Magoado chão estéril
Não mais irá florir intenções.