Sou a açucena dos vales,
na cor alva dos lírios,
beleza dos campos floridos,
perfumando alegre os ares.
Meu cheiro é de terra molhada,
depois da chuva caída,
fertilizando os palmares
de tua estrada seguida.
Sou o doce fruto das vinhas,
o suave murmúrio dos regatos,
correndo entre as matas virgens
espelhando os verdes matos.
Sou como a sombra amiga sob os ciprestes,
onde descansarás de tuas fadigas,
com a promessa eterna
que em teus sonhos, sem rogar, prossigas.
Sou como o sol nascente no horizonte,
a lua brilhante que surge ao anoitecer,
o bordado de estrelas que o céu pontilha
e o orvalho que filtra o amanhecer.
Sou da esperança a semente,
trazida em plena primavera,
alimentando o futuro
que não será mais quimera.
Assim eu sou, de amar eu vivo,
meu mundo é livre para teu plácido cultivo.
Se quiseres amizade verdadeira,
sincera, pura, cristalina...
Dá-me tua mão...
e serei de ti eterna companheira.