Transcrevo minh' alma numa folha de papel,
assim como das árvores, caída, dorida,
levada pelo vento soprando num repente,
emanando lembranças do meu destino cruel...
Os sonhos me vão fugindo em teu silêncio,
imergindo momentos de cálidos sentimentos
nos enlevos mais profundos de meus devaneios,
transformando meus desejos em etéreos anseios...
Teu amor que em mim era a própria vida,
sorria em meus lábios, reluzia em meu olhar,
tornava sem sequelas minha estrada colorida,
cantava em rimas emoções de tanto e tanto te amar...
Hoje, o coração que em meu peito arfava,
deu à tristeza morada, à saudade chuvarada
a cair do meu olhar... Eu que era tua escrava,
sem querer me libertar, continuo sonhando aqui a te esperar...
Tristeza me enfraquece, saudade me anoitece,
sem saber se algum dia voltarás a me encontrar...
E eu sozinha chorando pelos caminhos que sigo,
buscando o amor que se foi para nunca mais voltar...