O adeus chegou tão inesperadamente
Que nem lhe deu tempo de sentir o frio
Ou gritar a ausência doída e sufocada.
Seus olhos se perderam no vazio
Enquanto tudo bailava em sua frente:
As juras tantas
Mais os doces momentos que já não existem mais.
Tinha também o carinho e amor
Que sempre participava da vida deles
Ficou apenas e tão somente a pergunta:
Porque?!
Tanto antes e agora tão nada
De boca escancarada debochando de sua dor
Açoitando-a com um mar de lágrimas que não se cansava de transbordar.
Queria ter um "apagador de momentos e de lembranças"
Para esquecer tudo que levava por dentro
E assim poder se levantar e viver novamente.
Mas, que nada!!!
Tudo estava ali, tão presente,
Que parecia poder tocar toda mágoa com as pontas dos dedos
Enquanto o desgosto lambuzava suas entranhas
Numa aflição que nunca se cansava de seu trabalho árduo.
Ficou ali, parada, olhando para a lápide em sua frente
A mesma que aninhava em seus braços o amado
Não tinha forças para reagir e sair dali
Esqueceu das horas, do sol e da vida
Nada mais tinha sentido
A chaga aberta estava além do seu peito
Atingia também sua alma.
Os pensamentos era tudo que existia nesse momento
Pois seus lábios estavam cerrados e selados
E o silencio era o único que fazia arruaça nesse momento.
Parecia ver o seu amor em sua frente:
Sorrindo e convidando-a...
Levantou-se meio atordoada
Suas pernas estavam pesadas
Só alguns passos cambaleantes
Não suportou a partida de quem tanto amava
Tombou sob o cimento frio
E quando viu já estava em seus braços.
Um amor tão forte não vive só de um pedaço
As partes se juntaram e caminharam juntos pra eternidade.