Vou recolhendo taças, cacos,
Sorvendo o resto do champanhe
Que sobrou da festa, bebendo
Lágrimas salgadas, amargas...
Malditas, incontidas, doridas...
O telefone mudo me traz de
Volta o momento exato de
Quando levaram minha alma.
Como cega tateio as paredes,
Sento no jardim esquecida de mim.
Que o mundo pare de girar, quero
Esquecer, quero ficar assim...
Perdida como a nuvem, querendo
Desabar em temporal, chover...
Retiro do peito o tolo sonho,
Enxugo minha face molhada...
A canção linda aponta onde errei,
Onde esqueci de acordar do
Mal logrado sonho que sonhei...
Onde exatamente... Me anulei?...
E a dor vai lacerando meu peito.
Já nem sei se amei ou se me odeio...
Amor... Ah... O amor... Que se veste de ouro
E prata, só para envenenar devagar,
Matando dia após dia, com toda calma...
Assim bêbada, envenenada, nem percebi
Minha alegria se despedir, partir...
Ela foi embora mansamente...
Não!... - Acho que chorei demais!...
Preciso de champanhe para sorrir!...
Ou da minha droga, meu ópio?
Quero mais champanhe borbulhando
Em minha taça, este está acabando...
Miseravelmente, está chegando ao fim!...