O asfalto
A calçada
O vento
Tudo tão quente
Poetas não dormem
Flutuam no leito
Vagueiam pelos sonhos
Borboletas atrás de margaridas
O reino da noite sopra
As substâncias das ilusões
Identidades das incertezas humanas
Ideogramas da alma
Rascunhos corporais
Hieróglifos gravados nos sentidos
O doce sabor dos lábios
Os deuses se alimentando de venenos
Fecham-se os olhos
Palavras que desejam voos
Tocam-se na distância
A escuridão nos corações partidos
O asfalto
A calçada
O vento
Tudo tão quente