Como podes querer-me
e ao mesmo tempo estar com outrem?
Roubaste de mim a essência de meu ser...
Sinto-me perdido...
Quanto estive em teus pensamentos
de teu espírito fiz meu,
Até mesmo próximo aos anjos te coloquei...
Agora, vens em teu olhar indiferente,
busca entre palavras sem sentindo
explicações a me dar,
mas sente-se segura ainda,
às vezes, parece-me que desejas
ver-me senhor de teu universo...
Outras, parece que deseja liquidar-me
de tua existência...
Tornas minha vida sem o doce néctar do amor
que te entreguei...
Destes como retorno teu olhar de desprezo...
Desejas o quê de mim?...
Transformar-me em um bichinho de pelúcia
colocado entre teus troféus?
Criei uma dependência
que me parece veneno das serpentes do Nilo...
Acabaste com meu prazer, com meu sorriso,
arrancando-me a voz...
Sou mudo perante tudo...
Viestes com a paixão que dominou meu ser;
Partis entre os rios da cobrança...
Afinal, o que pensa ser vós?
deusa que poderá sobrepor até mesmo ao amor?
Fostes cura de muitas de minhas doenças...
Mas agora, me entrega este breu
que me leva ao meu recanto solitário...
Encontrar-me-ei com as sombras da morte...
E, nem ela...
Será tão fria quanto tu!...
Mas sou pureza, sou amor...
Já te fiz grandiosa quando eras pequenas,
renegada por tudo...
Não desejo ser fantasma em tua vida sutil...
Em tua insegurança te proclamas mulher forte...
Para aquele que te ofereceu luz
ao final tentaste jogar-me às trevas,
Mas, mesmo assim, partindo agora de tua vida...
Vou para meu cantinho...
Poderei observar o início de tua decadência...