As desilusões pesam
Relicário na corrente
Meninos são meninos
Meninas são meninas
Arcanjos atiram pedras
Se divertem como se estivessem
Treinando pontaria
Numa barraquinha de parque
Alguns erguem muros
Outros túmulos
Enquanto faço canteiros
Para flores ausentes
Não esta claro
O oposto de estrela fica muito distante
Não existe amor fora do poema
Linha apagada no diário das luzes
Nas esquinas do mundo
Espíritos perdidos se abraçam
Fantasmas incompletos
Fumaça e pó de pirilimpimpim
Folhas não se mexem
Dormem tranquilas ou descansam
Esperam a madrugada
E morrem
Fadas suspiram
Cantam para facas afiadas
Choram primaveras
Que nunca falham
Eu me levanto
Feito um anjo
E me deito
Como um demônio