Quem
eu sou?
Seria esta construção
existencial e abrupta
a essência irascível
de meu ser?
Tantas dúvidas
que habitam em mim
que quase sofro
por existir...
Algo que se faz diferente,
inerente e inconsciente
faz-me pensar,
e pensando,
não estaria, eu, traindo
o que eu penso ser?
Antes eu soubesse
algo que me faça
algum sentido,
alguma diferença,
alguma explicação
que justifique toda a minha ilegitimidade
em ser um ser não compreendido.
Algo que seria,
no entanto, verdadeiro
e não só uma mera verdade.
Amar,
comer, dormir,
Beber,
cantar com fervor o porvir,
No
entanto, morrer.
Seria
isto, talvez, a verdade?
Sofro
de uma ignota realidade
A que
me desconheço
E nela,
existo mesmo sem
Saber
a minha total existência.
O que
anda no coração?
O que
estou pensando
Quase
me entristece
Por
não ter motivos,
E se
talvez, descobrisse,
Reconhecesse
tal sentido,
Tal
sentimento,
Talvez
ainda, fizesse sentido
Ou
talvez, não fizesse diferença
Porque
falta uma parte de mim.
Só,
no entanto, agora
Sei
que existo
Para
que algo em mim
Justifique
a vontade de existir.
Esta
é a legitimidade do ser!