Eu vi passar na tela de repente,
A cena que seria comovente,
Caso eu pudesse algum dia alcançar.
E veio com o nome de tristeza,
Porém não há tristeza na nobreza,
E é nobre o amor eterno cultivar.
Pois mesmo quando um deles vai na frente,
Levado pela morte impertinente,
Não se separa nunca do que fica...
Sentada numa praça, tão sozinha,
Não imagina aquela senhorinha,
Que o seu amor ao lado a glorifica.
Banhada pelo olhar embevecido,
De alguém amado que foi seu marido,
Talvez seu pensamento seja igual...
Ao dele, torturado de saudade,
Querendo defendê-la da maldade,
Do mundo insano que cultiva o mal.
E um dia estarão juntos novamente,
Dentro do abraço forte e tão contente,
O coração irá se enternecer...
Por terem-no poupado nesta vida,
Vivendo a unicidade pretendida,
Do verdadeiro amor bom de se ver.
Então eu me pergunto:- Aonde estará?
Quem do meu lado um dia ficará,
Velando o meu sossego e a minha paz?
Terei direito à dádiva bendita,
A essa graça que é tão infinita,
Que só o amor, de fato, é capaz?
Direito todos temos, com certeza!
Somos filhos de Deus, Sua grandeza,
A ninguém determina, que a injustiça,
Abrace-lhe os seus dias cá na Terra.
Porém se é justo o mundo ter a guerra,
À solidão de alguns, chamo justiça.
E sei que entenderemos algum dia,
E pode ser até, com mais magia,
Possamos descobrir, estupefatos,
Que o tempo todo em que estivemos sós,
Do nosso lado, bem perto de nós,
Olhos tão dóceis tentavam contatos.