Nesta pedra da solidão me sento
e, lento, vejo o tempo escoar
O mar embala o meu sofrimento
e o vento aqui a ressoar.
Lembranças boas, de doces momentos
são meu alento, impressas no ar.
O luar que acolhe meus sentimentos
vem, pachorrento, meu corpo abraçar.
Minh'alma geme, exposta ao relento,
não me contento de tudo escapar,
a luz se encolhe, me chega o tormento
E entr'as sombras deste meu lugar
me sinto matar num suplício lento
e tento em vão, talvez, respirar.