O poema engatilhou no ouvido
O papel tremeu nas mãos
O coração fechou os olhos
Tantos sonhos
Tantos sonhos
E nada
A estrada começa na porta de casa
O asfalto chama a sola do sapato
Pelo retrovisor pessoas pequenas
Passos errados
À vista ou à prazo
E nenhum futuro
Não adianta
Sol que se levanta
A dor marca fundo como gado
Todos os dias sinalizam
Chamam a primavera
Mas tudo é vinagre
Tantos sonhos
Tantos sonhos
E nada