Não pode ser puro
Coração vazio
Fruto podre do esteio
Peito arranhado por unhas pintadas
O domínio das coisas
Brilhando na cor do ouro
Dentes brancos amarelados
Sentido não há sem paixão
Marco passagens em pedras mortas
Escorregando pelo vale
Passos sobre a grama verde
O vento canta desesperos tardios
As palavras sepultam a matéria
Selam as saidas do inferno
Corroem as chaves e as moedas
Entregam a dor e o cálice
Infestado pelo impossível
Bebo o vinho tinto da loucura
Amor por um corpo de sal
Delírio num céu oceano
O mundo passa nas sombras das nuvens
Chuvas que começam e acabam
Imprevisíveis momentos
Sonhos de areias invisíveis
Parque de diversões lotado
Fantasmas e gente
Na roda gigante
O menino chora