Pegadas efêmeras
seguiam pela estrada mágica de grãos de luz
deixando rastros do meu coração
na forma das lendas da imaginação.
Na imagem da minha cabeça era você.
Uma dançarina do ventre
Artista dos palcos da noite
Dançastes comigo enroscada tal uma cobra
E me marcaste com jeito de açoite
Jazia à noite da preguiça
A lua tão linda, ainda adormecia
E minha alma gemendo, gêmea da sua,
acodia-me totalmente nua.
Busquei então na solidão do meu deserto
promulgar meus intentos.
Atracar-me deveras nas amarras dos ventos
A minha arredia esperança aguardava escondida.
E sem mais,
apenas notei sua rara presença no ar
Minhas marcas tatuadas já em ti
Deixadas vivas talvez até por breves momentos.
Registradas por mim em você
através das antigas areias dos tempos...