Poeta louca, - Quem?... Eu?
Trago nas mãos versos lindos, tristes... De um
Romance que só Shakespeare escreveu,
Fortes, melancólicos, alegres...
Eles caminham por meu corpo,
Caminham por minha alma,
Então voam alto, longe!...
Viver ou morrer de amor? - Tanto faz!
Meus gritos não são ouvidos, meu amor
É um martírio que persigo para sorrir...
Viver e mal respirar... E chorar de saudade...
De que?... Já nem sei, talvez de Romeu e Julieta
Que sequer sei se existiram...
Amo, odeio, sorrio, choro e morro a cada verso!...
Sim sou poeta... Faço poesia... Festejo a vida,
A alegria que não tenho e choro pela tristeza ,
Que não me deixa viver ou morrer de rir!
Mas, ah, que raiva sinto, quando meus versos falam de
Um amor do passado perdido, rejeitado...
E quando olho em meu jardim todas as flores dizem;
Bom dia poeta! - Colha a mim!
Mas meu amor persiste em tudo que toco e vejo... Sei que
Existo... E percorro em rimas meus próprios dias, sempre.
Buscando o amor que virá e então sorrio desvairadamente,
Sei que já o encontrei, ele apareceu-me furtivamente...
Eu o abracei na madrugada... Com minha poesia lhe dei
Bom dia, sei que o dia nasceu... Uma andorinha ao longe
Voando, mais uma vez, trouxe-me a poesia, a lucidez que é
Tão grande e disse: - Isso, vá em frente, porque sua loucura,
Nada mais é que lucidez constante, vá poeta, isso! Viva!
Ame como uma criança!
Que importa a guerra?
A falta de motivos para sorrir?
Pois que a vida aflora em seus versos,
E emociona, e fala e cala uma verdade.
Sem amor nada vale nada vinga!
E assim... Eu poeta, vou rasgando
Peitos com meus versos e sorrindo,
Porque sei que planto
Em todos uma verdade...
Amor... Amor... Sempre Amor!...