Naquele olhar perdido e distante
Daquela criança descontente com a vida
Havia o pensamento conflitante
De quem carrega na alma uma ferida.
O orfanato sempre foi o lar que teve
Nada de brinquedos, afagos e carinho
Mesmo sofrendo o abandono, se manteve
E compreendeu que sua sina era ficar sozinho.
Relembrava a história que lhe foi narrada
Do acidente em que morreram os pais
E sua vida ficou completamente albarroada
Sossego desde então ele não teve mais.
Sempre perdido nesses pensamentos
Imaginando como seria um verdadeiro lar
Em sua cabecinha procurava entendimentos
E não compreendia o sentido de amar.