Sonho sempre com lascas de quartzo,
filetes de luz, cristais, ametistas,
pelo chão, espalhados, coisa bonita de se ver.
Vez em quando colho alguns,
luz, pedras coloridas,
guardo em minha mochila,
todo o dia, sol a pino, pego pra ver.
Sonho com luzes aos cacos, pedaços
pelo chão amontoados, em cores enlouquecidas,
e mais luzes a brotar das paredes,
milhares de filetes, fragmentos, filamentos.
Todo o dia, sol a pino, abro a janela,
e faço uma festa de cores,
coisa difícil de esquecer.
Minha poesia tem sempre sentido,
mesmo aquelas espinhosas de umbigo,
que ainda não consegui entender.
Meus quartzos levo sempre comigo.
Todo o dia, sol a pino, pego um pra escrever.