Sei onde está e teço a minha teia,
Que o faz refém na trama da saudade.
E desatento pelo que o enleia,
Julga que é certa a sua imunidade.
Concluo que é distante a sua aldeia,
Por isso incauto, ostenta veleidade...
E ao tecer loas a uma aranha feia,
Encanta-me essa sua ingenuidade!
Mas o terei... na ponta dos meus dedos!
Conhecerá a seda dos meus fios,
E perderá, sem pejos, os seus brios!
Depois então, de tê-lo em meus enredos...
Há de estar sempre e sempre a querer mais,
Minhas picadas que não são mortais.