Vinha preso ao ar, aquele verso...
Alvo do meu encanto... me embevecia...
Alvo de claridade, ele descia...
solto...
preso ao ar...
sereno e leve...
Vinha muito suave, aquele verso
diáfano, contente ao sol, que refletia...
Luz, que pequenina resplandecia...
ao sabor do vento...
livre e breve...
Vinha, como surfando, aquele verso!
Livre, preso ao dom de melodia...
dançava na minha alma, em estesia,
ave...
solto ao ar...
no azul imerso...
Era assim, tão leve aquele verso,
que, planando n'alma, aconteceu...
Como no ar boiando... floco de neve...
doce...
manso pousou e...
derreteu.