Uma vida que deixa de existir, uma consciência ceifada bruscamente.
Por quê? Perguntamos e ficamos sem resposta. Mas a resposta não é o mais importante, o importante é uma vida jovem que foi tirada tão covardemente.
Eloá Cristina Pimentel, 15 anos, tão prematuramente deixou o convívio desta vida,
Deixou o convívio de seus pais, de seus amigos e colegas e de seus parentes mais próximos. Com toda certeza Eloá, você, como todas as jovens de sua idade, tinha sonhos, tinha ideais. Certamente seu coração via nas flores o desabrochar de seus sonhos e de suas esperanças.
Um namoro prematuro era o início de uma história trágica. Um namoro que certamente não lhe trazia felicidade nem perspectivas de novos horizontes.
Lindenberg um jovem de 22 anos, sem ideais e com certeza sem sonhos, mas com decisão calculada que tirou uma vida, a vida de Eloá, sua ex-namorada.
O porquê não vem ao caso e aqui não cabem delongas, mas cabe uma análise.
Aqui cabe uma analise não da atitude de Lindenberg em tirar a vida de Eloá, mas sim,
Da atitude do comando do grupo de operações que trabalhou no caso.
100 horas durou um seqüestro que teve o fim trágico, infelizmente, com a perda de uma vida, não da vida de um seqüestrador, mas da vida de uma inocente seqüestrada.
100 horas para um desfecho, 100 horas para a decisão de um tresloucado seqüestrador,
100 horas para uma indecisão de um comando de operações.
O despreparo de um comando, com certeza tem toda uma hierarquia decrescente despreparada. Um homem de comando, em uma operação, onde está em risco vidas humanas, há que ter ao menos preparo de decisão, preparo de raciocínio e preparo de ordem. O comando de um grupo tático, requer além de raciocínio, sangue frio, sem deixar de ter amor, pois com amor também se faz justiça e com amor se faz decisão.
Sabemos por entrevista mostrada em televisão que o Sr. Cel. Cmte da operação do caso Eloá, teve na mira de seus comandados, atiradores de elite, por 6 vezes, a imagem do sequestrador e a decisão na mão, entretanto, por sentimento paternalista, o Sr. Cmte da operação não deu a ordem que deveria ser dada. Segundo o mesmo cmte, por que pensou em seu filho e também na cobrança e no julgamento posterior da sociedade, mas não pensou em sua filha, ou não pensou numa vida inocente que estava a mercê da mira de um revolver, preferindo por decisão, optar pela interrogação que o fim desse episódio poderia trazer.
Ora, um comando de ação não tem que levar para uma operação delicada, onde estão em jogo vidas inocentes, sentimentos paternalistas, mas sim sentimento de decisão, sentimento de salvação de vidas inocentes, ainda que seja em detrimento de vida comprometida, que leve o desfecho da ação.
Difícil é separar o joio do trigo, mas é fácil separar o culpado do inocente.
Nesse caso, quem era culpado, Lindenberg ou Eloá e sua amiga?
Fácil é raciocinar, mas difícil se torna agir, quando o sentimento paternal toma conta do momento, ainda que esse requeira urgência de decisão.
Pensar numa vida pregressa do agressor, que não tinha passagens criminais, não impede e nem tira o direito da ação em favor da proteção e salvaguarda da vida de inocentes, por que o crime ou o criminoso tem sempre um início, sempre tem um marco inicial, e infelizmente o marco inicial de Lindenberg foi a escolha de um desfecho trágico, ceifando a vida de sua inocente ex-namorada, Eloá.
Se uma ordem de comando, acertada, no momento certo, fosse dada, uma vida inocente seria salva e uma vida de sonhos estaria novamente a sorrir.
A sociedade brasileira espera que, nunca mais venhamos a assistir novos episódios como esse acontecido na pacata e ordeira cidade de Santo André, São Paulo, ou que se ainda venhamos a ter em nossas telas de televisão, casos semelhantes, não venhamos a assistir ação de desacerto, mas sim ação lógica e acertada em prol de vida ou vidas inocentes ainda que vidas de culpados precisem ser ceifadas.