Fechos os segredos na alma
Jogo a chave ao vento
Abro o túnel do tempo
Dou asas ao pensamento
e deixo a dor voar
Deito o coração no colo
E canto uma canção de ninar
Toco na luz das estrelas
e deixo a vida brilhar
Sou menestrel das fantasias
deus grego das utopias
Com o corpo em letargia
Quero morrer nos braços do
verbo amar
Com as flores brancas da ternuras
e as cores alegres da candura
deixo os dias perfumar e
o ser extasiar
Cansei do meu triste poetar
Da vil sina deste
poeta vulgar
De beber lágrimas de fel
De contemplar o vazio do céu
Escrever versos sujos no papel
e os sonhos na boca dos
desejos abortar
Quero sentir-me nua
Tão formosa quanta a lua
No universo perdido da rua dançar
nas esquinas do mundo cantar
e no prelúdio
de um sonho morar!
ZenaMaciel