Passos lentos
Olhar fixo no horizonte...
Nesse meu caminhar,
Fiquei a recordar
O que já passou...
Olhei para o firmamento
O céu ainda estava azul
Uma nuvem voava
Sem rumo, sem prumo,
Pensei... senti saudade.
Colhi num jardim, uma flor,
Ela acabara de receber os mimos
Do velho jardineiro um homem triste
Pelo amor não correspondido,
Ele, como eu, parecia perdido...
Prossegui no meu caminhar,
Saíra da minha infância
Não tinha mais quem me acalentar,
Vivia de sonhos, a alimentar,
Eram novos os caminhos...
Tinha espinhos, mas havia flores...
Vivia os meus primeiros amores
Que me encheram de ilusões,
Foram prazeres furtivos e algumas decepções...
Prossegui no meu caminhar...
A amizade, como o amor,
Carece de sinceridade,
Havia hipocrisias e mentiras
E, o pior, subserviências, falsidades...
Que indescências!
Quanto ludíbrio!
A vida precisa de equilíbrio.
Vi sucederem-se tantas realidades,
Na vida nada é constante,
Às vezes, tudo é vago, às vezes, profuso...
Isso me deixva confuso,
Parei para raciocinar,
Eu precisava encontrar um rumo certo,
Mesmo que fosse longe ou perto,
Queria conhecer o meu destino...
Vi-me, nesse instante
Tão pequenino!
Num bradar ululante, gritei, blasfemei,
Até agora não sei aonde eu quis chegar.
Essa é a minha vida...
Vivo de confusos pensamentos,
Às vezes falta-me guarida,
São os momentos controversos
Que mais confundem a minha vida,
Essa vida que são, apenas momentos...