Perco-me em distantes vales verdejantes
Ou sinto-me nas profundezas do inferno
Anjos irreverentes a mim se enlaçam
Conduzindo-me a vôos alegres e rasantes!
Em seguida viajo em vertiginosa ascensão ao paraíso
De repente meu rosto transforma-se
Em sombria máscara de cera contorcida
E sou lançada à escuridão de um grande abismo!
Quem me atirou à profundeza tão temida
Abro os olhos vejo-me a sós me arrepio
Meu corpo gela grito me apavoro sinto muito medo!
Onde meus anjos de folguedos
Que se diziam meus companheiros
Sinto frio sinto terror
Não percebo a presença de seres vivos
Ao meu redor!
Sou a única vivente num inferno desconhecido
Mil vezes preferível o fogo tão temido
A queimar-me as entranhas
Que o nada da escuridão
E do vácuo total do mundo!