Pelos rumos do meu horizonte
enfrento as telas das minhas verdades.
Detenho-me, olhar atento,
nas causas de qualquer lamento,
nos frutos inconseqüentes da insensatez,
nas falhas das justificativas e dos porquês.
O olhar que vezes parece perdido
é rápido e destemido
no desvendar das causas e conseqüências,
dos excessos, das carências.
Não se perdem em mim
os objetivos e o contexto.
Em terra firme, bases confiantes,
meu corpo descansa dos ventos causticantes.
Esquece a verdade dos fatos
e ignora as tramas dos relatos.
Despreende-se minha alma sonhadora
ao chamado da brisa interlocutora.
Vagueia livre e triunfante
pelas trilhas que lhe permite o infinito.
E onde as estrelas dançam encantadas
e as juras se perpetuam nas alvoradas,
meu olhar encontra o teu olhar
e, sem que seja preciso falar,
quedo-me feliz ao teu lado
numa entrega doce e sem pecado.
E me perguntam a razão
da luz que brilha ao meu redor.
Respondo na mais ousada euforia
que parte de mim repousou na cama fria
e a outra se desfez em carinho
no calor do mesmo ninho
onde o sonho me
deitou, um dia.