Existe um Jardim, de versos perdidos,
Estrofes soltas nas asas do vento
Constelação em negro firmamento
Biblioteca dos livros esquecidos.
Tomos mofando ao orvalho e relento
Pelos poetas no amor produzidos
Abandonados por moucos ouvidos
Prostrados no cruel esquecimento
Mas eis que surge uma mão dadivosa
A folhear o puído escrito
Florescem, então, os versos, qual rosa
Nos olhos ternos do leitor contrito
Pois não há força tão mais poderosa
Do que o olhar de um leitor bendito.