É na alvura das nuvens, que moldo
teu rosto, no entusiasmo das cores
primeiras, da manhã acabada de
surgir, detrás do rio multicor, tão
sereno no se mostrar, como teus olhos.
Aos poucos, conforme a manhã, se
faz rainha, refulgem mais intensamente
as matizes, e, um lindo arco-íris, logo
me lembra teu sorriso, liberto de aziagas
mal quistas, de quem sorrir se esqueceu.
E, avançando a manhã, as cores dão lugar
ao livre correr das águas, bem junto às
margens, possivelmente urdidas por tuas
mãos, bordando livres pousos de aves,
buscando aí a predilecção do dúctil peixe.
Abrindo um pouco mais, a janela de meu
quarto, não posso deixar de me sentir, mais
perto de ti, pois tu és essência e fragrância,
pura natureza, invadindo meus sentidos,
que rabisco na folha, tão imaculada como tu.