Deus te concedeu a liberdade
para voares livre pelos campos,
e nas árvores constrói o teu ninho,
alimenta a tua prole e adormeces.
E o pássaro homem? É liberto?
Quando as algemas o prendem,
num sem fim de compromissos,
de regras, imposições e princípios?
Quando sente-se ferido pela injustiça,
ou pelos grilhões da incompreensão,
vagando tristonho por caminhos,
em que as pedras ferem seu coração.
Quando olha para dentro de si,
e se percebe sozinho e mal amado.
Quando sente que uma lança atravessou
seu peito, fazendo sangrar de agonia.
O que restará ao pássaro ferido,
senão um gotejar de lágrimas,
lavando sua alma desencantada,
até que o adormecer o receba??
Pássaro homem, arranca a lança!
Cicatriza a ferida com a compaixão!
Entrega nos braços de Deus a tua vida,
caminha sereno pelos campos de luta,
com a bandeira da fé erguida no coração.