A tinta da imaginação acaba
Mas o poema continua
Bate no osso
A razão persegue a carne
Enquanto a consciência duvida da alma
A caneta injeta cor nas veias
Seringa de psicotrópicos
O sopro de Morfeu
Flores roxas
Perfumes primaveris
Tão poucas horas
E o discurso da solidão
Imenso tablóide
Páginas e páginas
Sobram dissabores cotidianos
Escritor mediano
Macho sulamericano
Há quem diga
Que não sei contar piada
Nem usar a conjugação do verbo amar
Venho de todos os lugares
Encurralado pelas circunstâncias
Enquadradado pelas evidências
Em algum artigo do códido penal
Gato no telhado
Melhor para dois
Tantos caminhos entre nós
Tantas distâncias soltas
Nossos corpos nús
Embaixo das roupas
Ossos e carnes
Fascínio e declínio
Voar nos braços famintos do sexo
Se alegrar nos beijos longos
Infrutífera ilha