Quem sabe, um dia,
possamos retroceder à simplicidade da beleza,
à plenitude da singeleza!
Quem sabe , um dia,
com um banho no mar da perfeição
nos embriaguemos nas raízes da emoção.
Seríamos, quiçá, muito mais felizes,
retornando ao romper de nossas raízes.
Quem sabe, um dia,
possamos retirar as máscaras
e encarar de frente, sem vestígios de medo,
toda a nossa verdade, sem segredo.
Quem sabe, um dia,
desçamos do salto e, com pés descalços,
consigamos aderir ao ritmo dos tambores,
criando assim, cada qual, a sua própria melodia.
Quem sabe , um dia,
possamos a Tupã reverenciar
dando-lhe o horizonte como único altar.
Quem sabe, um dia,
sejamos capazes de acreditar
que, de uma lágrima de amor,
possa ainda brotar uma flor.
Quem sabe, um dia,
rasguemos, sem preconceitos,
todas as falhas dos nossos direitos,
as justificativas de um vil comportamento,
as insignificâncias de tolos pensamentos.
Quem sabe, um dia,
possamos nos despir de modismos,
apreciando o belo pela beleza,
o certo pela singeleza,
o amor pela sua natureza.
Quem sabe, um dia...