Sob as folhas deste outono,
lembranças restaram do verão.
Não há o calor da terra
e sim, o sabor do abandono
assinando embaixo a solidão.
E a cabeça gira, revira,
parece compaço desnorteado;
alma e sentimentos em guerra
tentando vencer o passado.
E o vento...
Arrefece a face já cansada
de viver um mundo de mentira,
de sonhar o que é em vão.
Ouve-se no eco, um nada;
os pés que não alcançam o chão,
e assim, da vida subtraíra
aquele resto de coisa nenhuma,
que viveu o sabor da ilusão
e co'a solidão não se acostuma.
E a terra...
germinou aqueles poucos restos
E a chuva...
não deixou que enfraquecesse
E o sol...
a energia que lhe faltava.
E como se não mais houvesse
um canteiro pequeno e modesto
a dizer que a vida, alí começava,
outras folhas que também caíram,
atentas, ouviam aquela história;
de uma vida triste e sozinha...
Sem acertos, sem vitória,
apenas erros que a destruíram
e que perdeu, tudo o que tinha...
...O amor, o sonho fracassado.