Hoje voltei a pensar nos tropeços...
Foram tantos... Ainda terei tantos mais...
Faltam-me forças. São muitos rochedos!
Meus pés já estão feridos demais!...
Açoita-me a dor da espera sem fim...
De tantas dores que já sofri calada!
Vão-se os dias... Foge a vida de mim...
Sou dona do quê? - Sou dona de nada!
Passo esquecida de me sentir... Olhar...
Caminho como uma pobre sombra...
Sou gaivota solitária voando sobre o mar.
Que ferida e frágil, na areia quente, tomba!
O sol inclemente queima minhas asas...
Já não há como sonhar... Voar... Voar!...
Vou assim, morrendo na areia que me abrasa...
Sem tentar minha sorte para sempre mudar!
Mas mudar como? - Como mudar o destino?
Como convencer esse rude e cruel senhor...
Que jogou-nos em tão belo e doce desatino,
E depois, zombou do meu, do nosso amor?