Bem Vindos O que os homens chamam de amizade nada mais é do que uma aliança, uma conciliação de interesses recíprocos, uma troca de favores. Na realidade, é um sistema comercial, no qual o amor de si mesmo espera recolher alguma vantagem. La Ro

31
Mar 11

As relações humanas serão sempre pautadas pela dificuldade que trazemos na alma. E não poderia ser diferente.

 

Como somos seres em evolução, muito ainda há que se construir nas conquistas emocionais para que o equilíbrio, a justiça e a retidão sejam as ferramentas no relacionamento humano.

 

Não é raro indivíduos que, desgastados pelos embates humanos, cansados das dificuldades de relacionamento, alegam preferir viver isolados do mundo, sem a necessidade de suportar a uns e agüentar a outros.

 

O raciocínio se torna quase que natural, frente a tantos esforços que temos que empreender tanta paciência a exercitar, no trato com o semelhante.

 

E não são poucos aqueles que se isolam do mundo. Seja buscando uma vida de eremita, fechando-se em seu lar ou isolando-se em essa ou aquela instituição. Esses buscam a paz que não encontravam nas relações sociais e familiares.

 

Muito embora assim o façam imbuídos, por vezes, das mais nobres intenções, esquecem-se de que, ao isolar-se, ao fugir da sociedade, perdem a grande chance do aprendizado da convivência.

 

Somente nos atritos que vivemos é que vamos encontrar a chance do amadurecimento das experiências, de crescer, de superar aos poucos os próprios limites de interação social.

 

Somos todos indivíduos criados para viver em conjunto e a vida solitária somente nos causaria graves seqüelas à vida emocional e psicológica.

 

É na experiência de viver com os outros que a alma tem a possibilidade de conhecer diversas formas de aflições e exemplos inesquecíveis.

 

É natural que nossas relações não sejam sempre pautadas pela harmonia. São nossos valores íntimos que determinam os entrechoques que, não raro, vivenciamos, ou os envolvimentos afetivos de qualidade, que usufruímos.

 

Como ainda não nos acostumamos a viver em estabilidade íntima por longos períodos de tempo, vez ou outra surgem dificuldades, problemas, indisposições variadas em nossos relacionamentos.

 

Pensando assim, pode-se concluir o quanto é desnecessário e improdutivo viver-se carregando no íntimo mágoas e malquerenças.

 

Ninguém há no planeta que não se aborreça quando recebe do outro o que não gostaria de receber. No entanto, não podemos esquecer que ninguém também pode afirmar que, com seu modo de falar, de ser e de agir, não cause aborrecimentos e mágoas a outras pessoas, ainda que involuntariamente.

 

Desta forma, cabem a cada um de nós procurarmos resolver mal-entendidos, chateações e mágoas com os recursos disponíveis do diálogo, do entendimento, da desculpa e do perdão. Afinal, se outros nos magoam de nossa parte também acabamos magoando a um e outro, algumas vezes.

 

Assim pensando, podemos concluir ser uma grande perda de tempo e um sofrimento dispensável o armazenamento de sentimentos como a mágoa ou a raiva no coração.

 

Há tanto a se realizar de bom e de útil a cada dia, e o tempo está tão apressado, que perde totalmente o sentido alimentarmos mágoa na alma, qualquer que seja a intensidade.

 

 

 

publicado por SISTER às 13:33

            Teus olhos correm melífluos,
            dourando à luz do sol,
            que sereno se mostra na paisagem.

            As areias brancas, da orla,
            lembram
            tuas mãos, da cor do marfim.

            A luz incide no teu rosto,
            abrilhantando-o de flores,
            emprestadas pela linha do horizonte.

            Mais ao longe, teus cabelos,
            são como ondas do mar,
            meio encrespado, pela leve brisa.

            Teu quadril, feminino,
            descansa cansaços nas dunas,
            de um louro espreguiçando-se.

            Vagarosamente levantas-te,
            e dirigiste para as águas,
            azuis, como da cor do céu, que espreita.

            Entras mar adentro e recomeças
            a apanhar
            conchinhas e vários búzios.

            Não me canso de olhar para ti e de
            seguir teus movimentos,
            como numa película a cores.

            Trazes-me o teu tesouro, que depositas
            numa cova, nas pedrinhas
            da areia, nas dunas de nosso amor.

            Beijamo-nos; enquanto te sentas a
            meu lado, no areal
            quentinho, que nos aquece o coração.

           

publicado por SISTER às 13:33

      Recordar é viver com fantasmas,
      plasmas
      e alegorias, de outros dias,
      pois nada volta atrás,
      para recuperar o perdido,
      nada, nada é capaz,
      de tamanho sentido.

      Recordar é viver em ilusão
      (pobre coração),
      e fazer do passado, algo sem legado,
      que o que foi já não voltará a ser,
      a encontrar o que se perdeu,
      porque isso não irá acontecer,
      que o que morreu jaz e arrefeceu.

      Por isso há pessoas a sofrer na vida,
      sem ida
      nem volta, e logo uma revolta,
      toma conta das esperanças,
      quando nada faz jus à excepção,
      desse amor feito de lembranças,
      que se guarda com muita gratidão.

      Mas é assim, esta verdade nua
      e crua,
      em que só o presente, consente,
      que andemos de cabeça erguida,
      com crença, sem restrição,
      se assim não for seremos como o doente,
      que sofre por antecipação.

    

publicado por SISTER às 13:32

            És tão triste como tudo que me entristece,
            mas, lutando, por quem és, não te olvidas,
            que a tristeza, só vem quando desvanece,
            o querer ser alguém, e a ninguém duvidas.

            Por madrasta tem-te sido a vida, por haver,
            desse teu destino, sempre pessoa humilde,
            onde nem todos de ti têm sabido enaltecer,
            a exemplar pessoa, que, na vida, já coincide.

            Sofres a dores doídas quem à vida trouxeste
            e deste de teu; e cortando o cordão umbilical,
            em total padecimento, pela raiz, tu quiseste,
            de ter o libero de ser alguém, não um animal.

            Subserviente ou bajulada, por interesses vis,
            de quem te supre a personalidade feminina,
            riscando-te na lousa preta a traço branco giz,
            como para te apagar, e, à tua mulher, divina.

           

publicado por SISTER às 13:31

      Acendo um cigarro, num movimento
      maquinal;
      ancestral
      gesto, que tem perpetuado no tempo.

      Fico expectante, vendo o fumo expelido,
      a ir-se pelo ar,
      a se movimentar,
      bem fora deste meu corpo, tão ofendido.

      E esmurro o cinzeiro, enquanto escrevo,
      esta devoção,
      minha extrema-unção,
      que à Indústria Tabaqueira, muito devo.

      Quando tinha seis anos, quem me disse,
      que o cigarro
      mata e traz catarro?
      Ah, Ninguém me o disse, que bem o visse!

      Fumo mais quando escrevo minhas poesias.
      Parece uma bengala
      sem gala
      nem uso, com que levo os meus parcos dias.

      "Fumar Mata"; bem diz a caixa inda lacrada.
      Pois se assim é,
      reponham o rapé,
      que era moda, para a narina mais rematada.

      Mas os milhões de divisas que o tabaco gera,
      não acabará,
      nem findará,
      com o negócio, que origina, tamanha guerra.

      E assim, continuo minha demanda, de gente,
      triste,
      de braço em riste,
      contra meu vício: em nada ele é complacente.

      Ah, mas quando mais ninguém o vir ou supuser,
      largarei de vez,
      esta insensatez,
      e na boca porei, o que mais à mão então tiver.

    

publicado por SISTER às 13:30

Vamos nesta vida com muito por dizer.
Quem nos escuta,
e, de viva voz, presentes, se preocupa?

A doença nos atinge, sem nos prevenir.
A quem colhe
cuidado? Não quem a doença não tolhe.

E desabafamos, em silêncios recolhidos.
A quem importa?
Desde que nunca lhes batamos à porta.

Vivemos em mundos viés e desgarrados.
Morre-se;
talvez alguém apareça; depois some-se.

Valham as crianças, as flores e seu valor.
Só elas dão vida
e crença, para que a levemos bem vivida.

Já o Homem perdeu toda a simplicidade.
Age sem pudor,
e, de há muito, esqueceu a palavra amor.

E aqui me encontro sozinho a sós comigo.
Que versejar,
se quem amamos, encontra-se a definhar?

E que a força não me abandone doravante.
Dos meus pais
cuidar, sem palavras doídas nem sequer ais.

E acredito que a Primavera, trará o curativo.
E a felicidade,
há-de entrar em casa, com toda a seriedade.

publicado por SISTER às 13:30

Ao longe vê-se as casas,
e os montes detrás delas,
parecem ganhar asas,
no rio que mora nelas.

Paredes de carmesim,
vasos nas janelas,
a aldeia é outrossim,
lindas bambinelas.

Bela ponte a atravessa,
do nado ao sol-pôr,
e tudo anda depressa,
para visitar seu amor.

E quando a noite cair,
as casinhas salientes,
o povo há-de vir
em rodas de gentes.

E na aldeia costumeira,
todos falam contentes,
pois é vésperas de feira,
repartindo sementes.

E eis a hora de dormir,
o sono não se atreve,
com o sentido de ir,
ao que está para breve.

publicado por SISTER às 13:28

      Hoje, é dia do sorriso, por isso com tino ou sem siso,
      sorri a quem passa na rua e retribui com a alma toda nua.
      que a simplicidade, é dos Homens, a douta felicidade,
      não importa como te despes, mas dos costumes te vestes.

      Sorri como um louco, e que esse sorriso, saiba a pouco,
      sê gentil na tua aparência, que dar seja a tua essência.
      E mesmo que venhas de farrapos, não olvides os bons tratos,
      um simples «aperto de mão», com a força de um coração.

      Aqui não precisas pensar, que o pensamento há-de te levar,
      pelos caminhos da ternura, com o sorriso, sua alvura.
      e não te coíbas se o sorriso for gargalhada, daqui se leva nada,
      senão a boa disposição, que neste dia, tem sua Assunção.

      Eis então por isso vamos todos sorrir, sem ter mãos que medir,
      e quanto maior for o sorriso, mais chamarás ao nobre aviso.
      hoje é dia de sorrir, gargalhar, sem haver o que questionar,
      que todos os dias sejam assim, com pozinhos de perlimpimpim.

     

publicado por SISTER às 13:27

      A noite aproxima-se devagar. E nuvens de
      borrasca, transportam toda a sua ira,
      para dentro de si, dando-nos um
      espectáculo de luzes, produzidas pelos
      relâmpagos, como se fossem espoletas,
      prontas a explodir, no negro dos céus,
      fazendo as pessoas apressarem-se,
      para voltar às suas acolhedoras casas.

      O trovão ribomba, por detrás dos
      montes, para lá da linha do horizonte,
      que não teve pôr-do-sol,
      nem vislumbre de prata no rio,
      emanada pela lua, que se
      encontra escondida, pelas grandes
      partículas de chuva, que se vão formando,
      nas densas nuvens, enraivecidas.

      E é este Inverno inflexível, que faz jus ao seu
      nome e tem assolado este lado do hemisfério,
      com ventos gélidos e tempestuosos.
      E enquanto escrevo, lembro-me dos
      que não têm casa nem um tecto,
      para se protegerem das intempéries,
      que parecem escolher os mais desolados,
      para fazerem cair sobre si, toda a sua fúria.

      Principiou a chover desgarradamente,
      trovões e relâmpagos, não têm poiso,
      e, tudo, parece mais temível, quando as
      luzes da rua se apagam, deixando tudo às
      escuras. É impossível estar à janela, sem
      sermos fustigados, por uma imensidade
      de água, vinda de todos os lados, deixando-nos
      tontos e meio atrapalhados com a cólera do clima.

      O rio começa a galgar suas margens e o lodo,
      entrando nas águas, deixa tudo cinzento
      e pestilento, com ondas bêbadas de vento,
      indo de encontro, umas às outras,
      deixando tudo em estado de sítio, e
      atemorizando os pescadores, que não
      conseguiram fugir, à imensa tempestade,
      que veio - pelos vistos - para durar ainda.

publicado por SISTER às 13:27

                  Meu pensamento dito,
                  já não é
                  meu pensamento.
                  Em poesia o deixo,
                  para que outros tenham
                  usufruto,
                  junto com a aprendizagem.

                  A imaginação nasce do
                  pensamento,
                  pensado com fertilidade.
                  Em versos a ponho,
                  para que as pessoas, ao
                  lerem, o que escrevo,
                  possam ter uma vida sã.

                  A inteligência, que no
                  pensamento,
                  reside, é o saber encontrar
                  equilíbrio, entre o
                  certo e o errado, e fazer
                  aí, sua dissertação
                  e ponto de partida.

                  Sentimentos são dúbios
                  (que o próprio coração,
                  sonega ou aumenta),
                  por isso raramente escutai,
                  a voz do coração,
                  porque é confusão na certa,
                  e auto confronto.

                  Alma é aquela coisa, que
                  todos dizem possuir,
                  mas ninguém conhece. E
                  recorre-se a ela, para justificar,
                  o desconhecido,
                  que a vida nos propõe e
                  achamos plausível de um nome.

         

publicado por SISTER às 13:26

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