Bem Vindos O que os homens chamam de amizade nada mais é do que uma aliança, uma conciliação de interesses recíprocos, uma troca de favores. Na realidade, é um sistema comercial, no qual o amor de si mesmo espera recolher alguma vantagem. La Ro

27
Fev 11

Quase sempre acreditamos que as crianças não entendem o que acontece ao seu redor. Tomamos decisões, inclusive a respeito de suas próprias vidas, sem nos importar com seus sentimentos.

 

Assim acontece nas separações conjugais, em que se decide com quem ficarão os filhos. Assim é quando se decide mudar de residência e até mesmo quando se opta por transferi-los de uma para outra escola.

 

No entanto, as crianças estão atentas e percebem os acontecimentos muito mais do que possamos imaginar.

 

A jornalista Xiran que, apesar do regime de opressão e abandono que viveu na China, manteve um programa de rádio, em nanquim, conta uma história singular, em seu livro: As boas mulheres da China.

 

Havia uma jovem que se casou com um rapaz muito culto e de projeção política na china. Durante três anos, pelo seu status, ele foi estudar em Moscou.

 

Ela viveu anos de felicidade ao seu lado. Um casamento que foi abençoado com dois filhos. "era uma mulher de sorte", comentava-se.

 

Então, exatamente no momento em que o casal se alegrava com o nascimento do segundo filho, o marido teve um ataque cardíaco e morreu, repentinamente.

 

No final do ano seguinte, o filho mais novo morreu de escarlatina.

 

Com o sofrimento causado pela morte do marido e do filho, ela perdeu a coragem de viver.

 

Um dia, pegou o filho que restava e seguiu para a margem do rio Yangtsé. Seu intuito era se unir ao marido e ao bebê na outra vida.

 

Parada à beira do rio, ela se preparava para se despedir da vida, quando o filho perguntou, inocentemente: "nós vamos ver o papai?"

 

Ela levou um choque. Como é que uma criança de 5 anos podia saber o que ela pretendia fazer?

 

E perguntou: "o que é que você acha?"

 

Ele respondeu: "é claro que vamos ver o papai! Mas eu não trouxe o meu carrinho de brinquedo para mostrar para ele!"

 

Ela começou a chorar. Nada mais perguntou. Deu-se conta de que ele sabia muito bem o que ela pretendia.

 

Compreendia que o pai não estava no mesmo mundo que eles, embora não fizesse uma distinção muito clara entre a vida e a morte.

 

As lágrimas reavivaram nela o instinto materno e o senso de dever.

 

Tomou o filho no colo e, deixando a correnteza do rio levar a sua fraqueza, retornou para sua casa.

 

A mensagem de suicida que tinha escrito foi destruída.

 

Enquanto fazia o caminho de volta ao lar, o menino tornou a perguntar: "e então, não vamos ver o papai?"

 

Procurando engolir o pranto, ela respondeu: "o papai está muito longe. Você é pequeno demais para ir até lá. A mamãe vai ajudá-lo a crescer, para que você possa levar para ele mais coisas. E coisas muito melhores."

 

Depois disso, ela fez tudo o que uma mãe sozinha pode fazer para dar ao filho o melhor.

***

As crianças não são tolas. E muito mais do que possamos imaginar permanecem atentas, em especial a tudo que lhes diga respeito.

 

Percebem os desentendimentos conjugais, as dificuldades domésticas, a ponto de ficar enfermas.

 

Por tudo isso, preste mais atenção ao seu filho. E, sobretudo, fale com ele sobre dificuldades e sobre as soluções possíveis.

 

Não o deixe crescer ansioso e triste. Ajude-o a viver no mundo, seguro e firme.

 

 

publicado por SISTER às 14:23

      Em minha vida mil namoradas tive,
      má sorte, que para a aventura vivi;
      só no sonho, sonhado é que retive,
      que não era sonho, o quanto perdi.

      Muitas lágrimas então fiz derramar,
      dessas belas moças tão carenciadas
      e humildes; que quem devia chorar,
      era eu, por não havê-las, mitigadas.

      Ah, mas eu, queria era possuir-me,
      ter o Mundo a meus pés, sem dano,
      entrar no mar, e na água sentir-me,
      e com ela lutar, nas ondas, lutando.

      Assim pla Natureza nasceu meu ser,
      falando às coisas, que, ninguém liga,
      observando com mis mãos de tecer,
      que, aqui, não há, nenhuma intriga.

      Na casa dos «enta», mui mais nobre,
      a Natureza, pregou-me uma partida;
      (tudo o que desce, também o sobe);
      e presenteou-me uma bela rapariga.

      Ao contrário do passado que olvido,
      esta linda Mulher, é o meu absinto;
      embora seja abstémio, dela devido,
      é minha esperança, assim pressinto.

publicado por SISTER às 14:22

Eu, não sou eu,
sou o outro,
nado morto,
para as leis,
sem leis,
nem Razão,
desta
civilização.

Vago mudo,
no deserto,
tão perto
e tão longe,
de cosa alguma,
oiço o grito,
que não contém
atrito.

Doenças,
vidas,
sofismas,
perturbações
na mente
e no corpo,
o aleijadinho,
anda torto.

Não me pena,
é mais audaz
e capaz,
do que eu,
que lastimo,
este olhar,
que em mentira,
sói sonhar.

Ah, e a gente!
atrás deixou,
o que lá ficou,
e num golpe
de asa,
é sonho,
que ponho
há Sorte.

publicado por SISTER às 14:21

      Tenho uma flor no coração,
      toda ela é feita de emoção,
      para os namorados ofertar,
      quando decidirem passear.

      Mais ainda anchos sorrisos,
      pra os que são tão precisos,
      por ser a sua timidez maior,
      e os faz sentirem-se menor.

      Não incito o beijo de beijar,
      que isso é coisa aqui a achar,
      quando de mãos dadas, a rir,
      cruzam olhares de querer ir.

      Ir lábios nos lábios a florear
      um novo jardim, um pomar,
      até à consumação (a final),
      comigo noutra longitudinal.

      Parecem crianças a brincar,
      bola de cá para lá a saltitar,
      e, eu, que sou velho, tenho
      rugas mas sei ao que venho.

      Também eu roubei um beijo
      à mi Musa e não me queixo,
      o tanto que ela me ofereceu:
      o que era dela a mim mo deu.

      Tenho sementes aos molhos,
      raízes na terra sem escolhos,
      para ensinar, os mais moços,
      que no fundo estão os poços.

      E, a humildade, é importante,
      como o respeito é significante
      para que dois jovens, juntem
      os trapinhos e em duo lutem.

      Esta flor vos dou pois é de paz.
      ao poeta não há perdão capaz,
      de recuperar a sua amadíssima,
      que sua Virgem, seja altíssima.

     

publicado por SISTER às 14:21

                              Desolado coração,
                              que sequer Razão
                              tens pra tristezas,
                              buscando certezas,

                              de versejar vadio
                              (lá onde está o rio,
                              e tu és tu sozinho,
                              no estro caminho),

                              porque teimas já,
                              se sempre haverá,
                              amor desse amor,
                              se teu, sem favor?

                              Porém, virá o dia,
                              onde a sã alegria,
                              volverá pesadelo,
                              a deixar de tê-lo.

                              Bem que mereço,
                              pagar eu tal preço,
                              se, como amada,
                              saudade só é nada.

                              O medo da doença
                              é falto de valença,
                              que espírito cobre,
                              a alma assim pobre.

                              Sem que suspeites,
                              o sorriso lo deiteis,
                              no meu são sonhar,
                              quando caminhar,

                              sem caminho certo,
                              nem longe ou perto,
                              do que reste de mim,
                              pois, é tudo, para ti.

             

publicado por SISTER às 14:20

      Este que vos escreve,
      não é o que vos
      escrevendo, deixa em
      linhas, versos
      dispersos,
      na folha rubra,
      de um Oceano
      de puros sentimentos,
      que, de tão puros,
      temo, às vezes,
      não serem entendidos.





      Sou muito de mim,
      penso, repenso,
      o que acho que deva
      escrever,
      sem submeter,
      a palavra
      dita e escrita,
      ao mínimo
      que lhe é por direito,
      a liberdade,
      de se expressar.





      Mas se o algoz vier,
      inquisição,
      esquinas dobradas,
      mais hei-de escrever,
      sem ofender,
      que o pão não falte,
      nem a palavra
      nem o direito,
      de trabalhar
      com as cruas mãos,
      do grito, Liberdade.

publicado por SISTER às 14:19

      Eterno dilema,
      escrever,
      ser correspondido,
      nem no cinema,
      se é
      tão atendido,

      é poeta no céu,
      com que se cobre,
      na sua humildade,
      sem escarcéu,
      com
      precariedade. 

      Os poetas que são
      poetas,
      morrem novos,
      tamanha emoção,
      devotados
      aos "povos".

      É precária,
      esta vida,
      vive-se o inverso
      da destinatária,
      que a vida
      nos teve como verso.

      Porque ser poeta
      é fado é dom,
      a que fugir não se
      pode (espoleta,
      explosão),
      quem sabe que?

publicado por SISTER às 14:18

      Se eu me venço,
      ao cansaço
      que me sobrevém,
      a quem pertenço,
      quando
      sou de ninguém?

      Se nem devido
      eu sou
      (ingrato mundo),
      ao que envido
      à minha Sorte,
      porque infecundo?

      Não há, de haver,
      um sonho,
      que sonhasse,
      sem nem o querer
      sonhar,
      que logo o negasse.

      É que o vão poeta,
      que há em mim,
      olvidou como sonhar,
      é prata, espoleta,
      explosão,
      pronta a deflagrar.

      Não é cómodo,
      além-mar,
      ver o horizonte,
      diria incómodo,
      frágil,
      regredir no monte.

      Acho que adoeci:
      é isso.
      E me estranho.
      Ou será que menti,
      no verso,
      que agora amanho?

   

publicado por SISTER às 14:17

            Sigo uma viagem sem fim
            nem sequer apeadeiro -
            levo na noite um luzeiro,
            que mostre partes de mim.

            Uma perna um farto braço,
            gesticulando impropérios,
            derrubando vãos impérios,
            com todo o meu embaraço.

            Ouço bem perto a corrente,
            de um rio bêbado de força -
            e olhos de vidro duma corça,
            sai do mato, num repente.

            Longe vaia o corrediço susto,
            que apesar do sol se mostrar,
            fraco, fraquinho, a motejar,
            inda vai a lua - inchado busto.

            Mas eis a horizonte nado sol,
            a aquecer-me os esqueletos:
            é que não trago documentos,
            digo-o baixo, ao lento caracol.

            Vagabundo não precisa! Ora!
            Nem falta pesará a ninguém!
            Poeta é este, aquele, alguém,
            coisas banais não são demora.

            Assim sigo meu caminho meio
            à Natureza e às fontes frescas -
            belas moças trazem suas cestas
            à cabeça e vejo um fugidio seio.

            E é tudo tão natural que eu me
            encho de preceito e de conserto,
            cala-se a voz, em lance de acerto,
            deixo fluir as coisas. e se. e se.

            Começo a namorar uma menina,
            recito-lhe fulgurante um poema -
            o que procuro não são diademas,
            mas o quê desta inquietude felina.

       

publicado por SISTER às 14:16

            Na Bíblia busquei,
            o que lá busquei,
            busquei factos
            e eram relatos,

            cheios de emoção,
            falando ao coração
            das pobres gentes,
            vivendo carentes.

            A cada decénio,
            a cada milénio,
            novas escrituras,
            novas estruturas,

            eram adicionadas
            às Bíblias Sagradas.
            Pelos estudiosos,
            doutos Grandiosos,

            com novas ideias
            sobre Divinas Ceias,
            ou Cristo na cruz
            e o menino Jesus.

            Cada um escrevia,
            da noite para o dia,
            reinventando tudo:
            este e outro Mundo.

            Tantas as versões,
            são agora condições,
            de Novos e Velhos,
            Testamentos relhos.

            No fim, para dizer,
            que a Bíblia, querer
            não tem nem nada:
            estórias contadas:

            de boca em boca
            (se a gente anda louca?),
            claro que sim – digo,
            não contem comigo!

         

publicado por SISTER às 14:16

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