Não sei se deva escrever este poema.
É um mistério que eu, poeta, nem busco decifrar,
pois só me traz alegrias, iluminando meus dias,
mas sem fazer-me sonhar...
Foi trazido pelo vento, soprando em vales, colinas,
florestas, planícies, campinas, caminhos dentro de mim,
escondendo algum segredo, mas sem fazer-me recear...
Mostrou-me a estrela norte, guia de toda sorte
que eu quisesse alcançar, nas estradas que, perdida,
não encontrasse um lugar...
Seu doce olhar refletindo as ondas verdes do mar,
tocando a pura areia, na praia fez-me sereia
e alegre pus-me a cantar...
Fez-me sentir tão menina, partilhando brincadeiras
como crianças arteiras, inventando peraltices,
mas sem me machucar...
Fez-me esquecer os problemas,
que enfrento a duras penas, sem nada poder mudar...
Apagou de mim as tristezas, o passado que sofri
e hoje só planto flores, espelhando belas cores,
perfumando a nova estrada que pus-me a caminhar...
mostrou-me enfim as belezas que a vida pode me dar...
E continua o mistério, mas o tempo não me obriga
o enigma interpretar...
Sabe por que, meu amigo, eu relutei escrever ?
A magia desse olhar, as palavras tão serenas
que nem sonhava escutar...
Quer saber ?
Esse poema é você !