Nesta tarde de outono,
a a natureza contemplar
os olhos folhas caídas pelos caminhos;
flores recolhidas, mas com a beleza disposta a resistir,
mesmo frente à tristeza que enseja o dia...
A folha de papel,
na mesa em que antes recebíamos dia a dia,
a oferecíamos momentos de graça e encanto;
os jardins, ao redor da sala majestosa,
agora solitária, enfim,
é o momento:
eu e você, papel e lápis
num encontro final...
Agora, escrevo tudo do que fomos
registro em páginas cheias de ternura,
confidências, em páginas de vitórias;
conquistas mil, abraços, beijos;
lutas vencendo até mesmo a morte,
a ameaçarmos, por vezes...
Passo a escrever o que não fomos:
e três linhas se projetam,
nada mais , faltou coragem...
faltou cumplicidade e entrega...
Encerro a história,
começo a escrever o meu reencontro com a vida;
o sol que me voltou;
a lua que agora encanta-me;
as estrelas a brilharem novamente,
em minhas noites...
Neste jogo de paixão alucinante,
surgida quando já me preparava
para a entrega derradeira;
a fazer-me de menino homem...
adentra nas selvas,
impostas pela solidão,
a tigresa e sua força em furor,
tal que me faz pequeno,
diante de seu fogo
e grande perante o Universo!
Um jogo de cumplicidade,
de amor, paixão, excitação...
sensações mil a lançarem-me
a tarefa, agora, de começar novamente...
a certeza de que a página virou.
o amor voltou levando ao êxtase juntos aos deuses do olimpo
Agora, preparo-me para selar o envelope,
despedir-me de você,
encerrar esta história
e dar início a nova chance
de poder voltar a ser feliz...
Olho para a mesa,
tudo escrito, pronto, lápis caído,
momento de preparar o envio...