Destas trevas,
que consumiam minha alma...
Liberto-me das falsas palavras de carinho,
embaladas em juras de amor eterno,
que o vento levou,
para as ruínas da traição...
Agora, liberto,
busco entre os pedaços lançados
ao meio do caminho de nossa história,
o que carregava o amor,
que sentia por ti.
Avanço, em busca das lágrimas,
que derramei por ti,
de cada presente,
de cada noite mal dormida,
pensando em ver-te reinando sobre tudo...
De cada manhã,
tarde e noite de entrega...
De cada instante, que dediquei a alguém,
que acreditava ser luz,
mas era treva.
E deste passado surjo,
frente a este novo mundo,
que, agora, me é apresentado...
E grito por alguém,
que me ajude a ser salvo de tuas garras,
que já se aproximam,
com sua sedução,
com este seu envolvimento,
que se faz a "conta gotas",
mas que bem conheço.
Tu és letal à alma, ao coração,
porque tu és a mentira
disfarçada de amor...
De bondade, de charme e de sedução...
Cansa-se logo dos teus escolhidos
e deles se vê livre.
Se de teus olhos, um dia,
fiz meu mundo, agora,
deles faço a tranca de meu coração
a teus investes...
Se de teu corpo fiz minha essência,
hoje, o repugno,
buscando novas fontes
de revigoramento...
Se de ti fiz minha vida,
hoje, te sepulto
e lanço-me, meio à viuvez medonha,
que chora embalada pela mentira,
que te domina a alma...
Ficas tu com tua escolha mundana;
ficas tu com o prazer da silhueta,
porque isto é efêmero
e qualquer brisa leva...
Eu busco e quero o amor!
Se para isto tiver
que percorrer continentes,
atravessar oceanos,
enfrentar o deserto,
o farei com a certeza
de que chego vitorioso...
Se meu pecado foi amar-te,
agora, me entrego
ao purgatório do esquecimento,
a fim de redimir-me comigo mesmo...
E com isto fazer
com que minha dignidade
sempre esteja acima de tudo.