Bem Vindos O que os homens chamam de amizade nada mais é do que uma aliança, uma conciliação de interesses recíprocos, uma troca de favores. Na realidade, é um sistema comercial, no qual o amor de si mesmo espera recolher alguma vantagem. La Ro

06
Mar 09

Pobre alma que só olha a vida alheia...
Hoje tive pena do seu sofrimento...
Doeu... Mas foi breve o momento...
Afinal... Pior é o rancor do seu peito...
 
Tentar me atingir, não resolve o problema,
Não o faz melhor... É fraco seu argumento...
Pense que hoje estamos aqui, amanhã não...
A vida é breve... Passa veloz como o vento...
 
Nada maltrata mais que a consciência...
É feroz e massacrante o arrependimento.
Quem acredita em Deus é justo e puro...
Imparcial... Bondoso... De culpa é isento...
 
Meu peito se aperta, a alma não volita....
Vejo túneis úmidos... Feios... E escuros...
Onde está Senhor a bondade verdadeira?
Onde a paz... O amor que tanto procuro?...
 
Beijos... Carinhos e facadas, não combinam,
Somos enfim... Culpados de tantos desatinos...
Nos deixamos levar pela massa apodrecida...
Selamos com a infelicidade os nossos destinos.
 
E a serpente desliza entre nós sem guizos...
Envenena, separa. - Os soberbos... Corteja ...
Se atira faminta sobre irmãos, antes bons...
E muita maldade espalha... Só ódio deseja...
 
Até quando Senhor?... - Até quando?...
Até quando as trevas irão fugir da Sua Luz?
Ah... Pobre alma!... - Tudo tem o seu final!....
Por que morreu o "Nosso Senhor" na Cruz???
 
Se um dia chegar o feroz arrependimento,
Não esqueça...  - O nome dEle é Jesus!...

 

publicado por SISTER às 12:29

Senhor,

dá-me a esperança para vencer todas  minhas ilusões.
Plantai em meu coração a sementeira do amor.
Ajuda-me a fazer feliz o maior número da
humanidade possível, para ampliar seus dias
risonhos e resumir as noites tristonhas.

Transforma meus rivais em companheiros, meus
companheiros em amigos e meus amigos em entes queridos.
Não me deixeis ser  um cordeiro perante os fortes
e nem um leão diante dos fracos.
Dá-me o sabor de saber perdoar e afastai de mim o desejo de vingança.

Senhor,

 iluminai meus olhos para eu veja os
defeitos de minha alma e vendai-os para que eu
não comente os defeitos alheios.

Senhor,

levai de mim a tristeza e não a entregueis a mais ninguém.
Enchei meu coração com a divina fé, para
sempre louvar o vosso nome e arrancai de mim o
orgulho e a presunção.

Deus,

fazei de mim um homem realmete justo.



Paz no Coração!

 

publicado por SISTER às 12:27
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Enquanto o sentimento estiver vivo...
        Se não morrer, continuará vivo...
        Cheguei a tal conclusão,
        depois de profunda meditação...


      

publicado por SISTER às 12:25

  Sou mulher e sou assim:
      Orgulhosa de mim mesma,
      sem ser ferina
      às vezes tenho cem anos
      em outras, sou só menina.

      Não preciso apregoar
      a minha capacidade,
      pois a ela faço jus
      sendo mulher de verdade,
      e sou!

      Nunca abandonei a luta
      por árdua que tenha sido;
      se eu morresse amanhã
      teria a missão cumprida.
      Não deixo rastros.

      Amei! Muito e sempre, não fui amada.
      Porém não cheguei ao ponto
      de ser desprezada.
      Também a ninguém desprezo
      apenas ignoro.

      Já estive de joelhos, na cama e na vida,
      para consolar meu parceiro
       para dar-lhe a força perdida.
      Não tive paga
      fui abandonada.

      Mas nunca por mim mesma
      que me amo demais para isso!
      A vida é sempre bela
      dependendo do que fazemos com ela,
      e eu faço o melhor.

      Dei à luz e ao mundo, uma filha, com orgulho!
      Com amor a eduquei, sozinha.
      Do pai só teve a semente
      o resto foi obra minha
      e mereço os louros.

      Agora dizem que é meu dia...
      - Internacional e com louvor -
      Agradeço, mas dispenso o penhor,
      porque meus, são todos os dias da minha vida,
      que nunca foi nem será, uma guerra perdida...

      Para ser lembrada dessa maneira,
      homenageada com flores...
      Eu mereço muito mais louvores!
      Mereço o respeito de quem tinha tanto para doar
      e só uma costela quis dar...
      Aos que deram mais... o meu respeito também!

 

publicado por SISTER às 12:24

Decir no a la propia vida,
       vivir la vida de otro
      Dejar  de volar, de soñar...
      Siento el corazón apretado,
      mi llanto reprimido,
      escondido..
      Me olvide de mi,
       mis instintos fueron obstaculizados
      detenidos,
      mis sueños bloqueados
      me conforme con lo
      comodidad que tenia.....
      y ahora?
      que me queda?
      Necesito volver a tener mi identidad
      Se quien era antes...
      Como regresar ?
      No es fácil
      Pesa la edad,
      pero se que la mente es joven!..

      Cuando fue que me detuve?
      donde fue que me quede?
      Hallarme es preciso!
      Volver
      rehacer
      Realizar
      soñar..
      depende de mi una nueva oportunidad de vivir...
      O perder el juicio y morir....

      Con todo el amor de mi corazón

 

publicado por SISTER às 12:22

Digamos que você saiba
Alguma coisa
Uma pequena parte da história
Que não foi contada
Mas não encontra a razão
Nem os motivos nobres

Tudo são alguns minutos
Num quarto qualquer
Poucas palavras trocadas
Nenhuma resposta
Nenhuma promessa
Apenas a marcha do relógio

Não há o que esconder
Entre corpos nús
Estas rasas linhas
Se despedem umas das outras
Desfazem os sentidos
Dentro de uma bolha

Os caminhos se cruzam
As flores se abrem
Os frutos caem
As nuvens somem
Os feios se ajeitam
As lulas nadam no mar

Por mais que tenha andado
No meio do caminho
Sempre há uma sombra
Um avião no céu
Uma surpresa na moita
Uma carta fora do baralho

O cigarro queima
Talvez não exista um paraíso
Um final feliz
Uma reencarnação
A gente fica vazio sem um copo
Quando não se tem outra opção

Digamos que você saiba
Alguma coisa
Uma pequena parte da história
Que não foi contada
Mas não encontra a razão
Nem os motivos nobres

Tudo são alguns minutos
Num quarto qualquer
Poucas palavras trocadas
Nenhuma resposta
Nenhuma promessa
Apenas a marcha do relógio

Não há o que esconder
Entre corpos nús
Estas rasas linhas
Se despedem umas das outras
Desfazem os sentidos
Dentro de uma bolha

Os caminhos se cruzam
As flores se abrem
Os frutos caem
As nuvens somem
Os feios se ajeitam
As lulas nadam no mar

Por mais que tenha andado
No meio do caminho
Sempre há uma sombra
Um avião no céu
Uma surpresa na moita
Uma carta fora do baralho

O cigarro queima
Talvez não exista um paraíso
Um final feliz
Uma reencarnação
A gente fica vazio sem um copo
Quando não se tem outra opção



 

publicado por SISTER às 12:21

Nesta noite que domina meu ser, espero-te meio a penumbra.



Conto os minutos que me parecem séculos,



 o corpo treme...

 a alma grita...

a lágrima rola...



Este tempo dolorido vai passo a passo,



trazendo-me de volta os sonhos...



o sabor do pecado...



A alucinação vai tomando conta de meu ser,



 pensamentos picantes nesta espera por poder sentir-te!



O primeiro barulho...



A porta que se abre, tua voz a chamar-me...



A forma alucinada que sobes as escadas a minha procura e entre soluços, chamo-te:





 LEÃOZINHO...



Voltas e com a força de teus lábios domina-me,



Teu carinho passeia por meu corpo, que estava a espera de ti!



 Em meio à palavras e sussurros,  nos entregamos! 



Este tempo que agora é nosso só nosso...



O relógio pára no tempo, vendo os corpos entrelaçados, sabor paixão...



 Aroma amor...



Agora só importa  o amor, a entrega se nossas almas unidas pela eternidade!



A lua nos rende suas homenagens, a banhar nossas siluetas com sua luz...



 As estrelas marcam os céus com nosso nome, e o mar...



O mar... Nos contempla como uma grande e única orquestra chamada amor






 

publicado por SISTER às 12:19

Fecha os olhos e com suavidade,
deixa descansar tua cabeça para trás,
deixa que o sonho seja dono de ti.

Quando a noite lentamente
cuidadosamente apague a luz
deixa que o vento a traga ate mim

E assim, em sonhos poderá voar
eu chergarei até ti 
para então escutar o que
nunca  pude te dizer.

E sinto a aurora as vezes tocar
cuidadosamente minha porta ao passar
e sem falar me leva até ti

Não encontro palavras que possam dizer
o maravilhoso que é poder sentir
o calor de um lugar que se refugia em ti

E assim, em sonhos poderá voar
eu chergarei até ti 
para então escutar o que
nunca  pude te dizer.

Ri, sem a alegria que te roubei
chora pela tristeza que te entreguei
vive com a nostalgia que te deixei

Guarda para mim tua promessa
que talvez um dia esta´rás ali
que de vez em quando pensarás em mim

E assim, em sonhos poderá voar
eu chergarei até ti 
para então escutar o que
nunca  pude te dizer.

Ri, sem a alegria que te roubei
vive com a nostalgia que te deixei
chora pela tristeza que te entreguei
vive com a nostalgia que te deixei

Guarda para mim tua promessa
que talvez um dia esta´rás ali
que de vez em quando pensarás em mim.....
com amor
 

publicado por SISTER às 12:17

Numa absoluta tranquilidade, caminhando
      por entre altas árvores, com o chão, 
      todo coberto de folhas e de ramos soltos, ao
      abrigo do sol, é com imenso prazer, que
      ouço o cantar dos pássaros, na folhagem.


      Num repente, apanhando-me desprevenido,
      um grande espaço sem ramos, faz com que
      o sol me cubra por inteiro, e, me faça correr,
      por entre o arvoredo, cobrindo-me, do calor,
      da imensa estrela, que baixa se vê, a estas horas.


      Um pouco ao longe, escuto, das águas, seu rude,
      cair nas pedras, anunciando a cascata, onde te
      banhas, qual sereia, em sua própria casa.
      E, enquanto, aguardas minha chegada, sensível
      não resistes, à água quente, entre verdes algas.


      Qual pintor, apenas com uma peça de roupa, te
      cobriu o corpo, fazendo-o, ainda mais sensual,
      do que a natureza, ao teu redor. Teu ser Mulher,
      que, sem pudor, ou falsas modéstias, aceitou,
      tal fascínio deixar, livre se viu, sendo-o, por inteiro.


      E eu sigo meu caminho, levando tua presença
      comigo, a casa passo meu, numa estrada, cada
      vez mais difícil de ultrapassar, subindo e
      descendo pedras, não deixando de escutar as
      águas, onde te sei e anseio, pelo reencontro.


      Depois de algum esforço meu, alcanço a dita
      cascata, embora, ainda me careça, o descer
      a montanha, até chegar ao lago, onde, mais
      abaixo, minha namorada, acena-me com as
      mãos, chamando-me, para bem perto, de si.


      De lado o juízo, deixo-me, em doce vertigem,
      escorregar, entre pedras e outros mais senãos,
      caindo e levantando-me, até alcançar, o chão
      seguro. E, despindo-me, mergulho nas águas,
      do lago, nadando de pronto, até ao teu sorriso.


      Talvez, como recompensa, atreves um beijo,
      nos meus lábios, um tanto secos, pela viagem.
      E como duas crianças, gozando prazeres, que
      a vida nos ofereceu, jogamos um com o outro,
      servindo-nos alegria, alimento de nosso amor.



     

publicado por SISTER às 12:16

O asfalto
A calçada
O vento
Tudo tão quente

Poetas não dormem
Flutuam no leito
Vagueiam pelos sonhos
Borboletas atrás de margaridas

O reino da noite sopra
As substâncias das ilusões
Identidades das incertezas humanas
Ideogramas da alma

Rascunhos corporais
Hieróglifos gravados nos sentidos
O doce sabor dos lábios
Os deuses se alimentando de venenos

Fecham-se os olhos
Palavras que desejam voos
Tocam-se na distância
A escuridão nos corações partidos

O asfalto
A calçada
O vento
Tudo tão quente


 

publicado por SISTER às 12:15

Frio... Tanto frio...
        Vento gemendo, entrando pelas frestas como tentáculos inexoráveis, tocando, abraçando, penetrando pelos poros, intensificando o silêncio, a sensação de solidão tão fria quanto... Imagens espectrais a dançarem à luz da vela que bruxuleia, oscila e apaga...
        Estrelas ausentes, pirilampos ocultos, céu plúmbeo...
        Coração em trevas... Tão distante de ti como se estivéssemos em galáxias diferentes, tão dentro de mim como um brilhante incrustado numa rocha milenar...
        Saudade inclemente, torturante, exigente da tua presença, leva - me a sentir teu cheiro excitante, ouvir tua voz de acalanto ao pronunciar meu nome, a dizer - me coisas que fazem meu sangue galopar e meus sentidos perderem o prumo, o rumo...
        Ah, desejo de retroceder no tempo, voar e pousar naquelas horas de puro prazer! Oh, céus... Quanta saudade....
        Como eu desejo tua volta, perder - me entre os teu braços, aninhada no teu peito, sentir a brisa da tua respiração perfumada no meu rosto, antes do beijo quente, das carícias que me percorriam cada cantinho do corpo com a sofreguidão de quem traça as linhas de um mapa de um tesouro perdido, ou busca uma jóia em seu escrínio secreto... Tuas mãos másculas e macias, com a sutileza de um leopardo que induz a presa para onde deseja, que me arrancavam gemidos e suspiros que se elevavam ao espaço, faziam - me sentir a intensidade e a força de ser Mulher... E entre teus braços, eu me deixava levar para onde quisesses... Eu sabia que o caminho por onde eu ía, era o mesmo que seguias:
        Um infinito de prazer em multimágicos orgasmos delirantes... Volta...
         Sonhar, apenas, é doloroso...
        Estou aqui, todinha, para reviver contigo, as fantasias que um dia vivemos...
        E prontinha para inventar outras para fazer - te feliz, porque... Porque eu te amarei para sempre...

     

publicado por SISTER às 12:11

Era uma vez um homem.
Centrado em suas verdades, falava através do silêncio. Mas na transparência e na quietude de suas palavras, feito canção que se compõe entre os olhares dos apaixonados, surgiam versos como surge o perfume das flores.
Ainda que existisse, tantas vezes se perguntava se ele era real. Amava por inteiro; queria ser amado sem exigir sentimentos. Para ele, o amor só valia quando causava alegria. Era de um tanto dedicado que pertubava aqueles que não sabem receber o amor. Porque não é simples recebê-lo.
Mas talvez perturbasse mais por não deixar-se desvendar... Era homem, feito anjo; sem asas, era anjo, feito homem. Sabia voar, a sua maneira, através das coisas que sentia... Mas, além disso, sabia fazer voar, através dos sentimentos que oferecia.
Talvez não fosse um homem, talvez nem fosse um anjo... Certamente isso é uma fábula para quem não acredita em anjos ou em arco-íris ou mesmo em amor...
Não há um único nome. Existem vários. Aos homens, todos os outros homens, ele era, mesmo sem saber, uma parte dentro de cada um. Seu nome era coração.

 

publicado por SISTER às 12:09

Era manhã de mais um dia de trabalho. Um dia que parecia ser igual a todos os outros dias – isso para quem adora criar monotonias em sua própria vida.
Os funcionários chegaram na empresa do mesmo jeito que chegavam todos os dias, mas já na entrada algo os surpreendeu.
 
Encontraram um cartaz na portaria dizendo:
 
“Faleceu ontem a pessoa que impedia o crescimento da empresa. Você está convidado para o velório na quadra de esportes.”
 
No início todos se entristeceram com a morte de alguém, mas, depois de algum tempo, ficaram bastante curiosos em saber quem havia morrido.
 
Quem estava bloqueando o crescimento da empresa?
 
A agitação na quadra de esportes era tão grande que foi preciso chamar os seguranças para organizar a fila do velório.
 
Então, conforme as pessoas iam se aproximando do caixão, a excitação aumentava:
 
“Quem será que estava atrapalhando o meu progresso?” – diziam uns.
 
“Com certeza alguém envolvido em algum desvio de dinheiro!” – diziam outros.
 
“Ainda bem que este infeliz se foi!” – esbravejavam.
 
Assim, um a um, os funcionários agitados aproximavam-se do caixão, olhavam o defunto e engoliam em seco.
 
Ficavam em silêncio, como se tivessem sido atingidos no fundo da alma.
 
Pois bem, no visor do caixão havia um espelho... E cada um via a si mesmo...
 
A lição da diretoria da empresa foi clara:
 
Só existe uma pessoa capaz de limitar seu crescimento: você mesmo!
 
Você é a única pessoa que pode fazer a revolução de sua vida.
 
Você é a única pessoa que pode prejudicar a sua vida e, você é a única pessoa que pode ajudar a si mesmo.
 
Sua vida não muda quando seu chefe muda, quando sua empresa muda, quando seus pais, filhos, mudam: ela se modifica quando você mesmo muda.
 
Você é o único responsável por ela, e o único que prestará contas dela.
 
* * *
 
O ser humano ainda espera demais por soluções e acontecimentos exteriores.
 
Confundimos fé, esperança, com inatividade e preguiça.
 
Confundimos pacifismo com passividade.
 
Confundimos justiça com vingança.
 
É tempo de acordar e perceber que estamos no comando de nossa própria embarcação, e decidimos através do livre-arbítrio, os rumos de nossa viagem pelos mares do crescimento, da evolução.
 
Decidimos se chegaremos logo aos destinos, ou se permaneceremos por muito tempo à deriva.
 
Decidimos se manteremos o olhar no horizonte, e os ouvidos encantados pelo som do mar, ou se nos deixaremos seduzir pelo canto perigoso das sereias destas distrações do caminho que buscam nos fazer afundar, vestindo-se com trajes belos apenas.
 
Somos nós que decidimos o momento de perdoar.
 
Somos nós que decidimos o momento de começar a amar.
 
O amor não nos escolhe...
 
Nós escolhemos o amor.

 

publicado por SISTER às 12:08


A casa da fazenda,
era uma casa tão grande...
tinha as paredes escuras
a pintura envelhecida,
enfeitada com brancas cortinas
deste modo ficava clara e arejada
com ares de embranquecida.

Lá fora a rota do vento
pensava que a noite era sua
batia a porta do celeiro,
espalhava os gravetos,
derrubava os frutos das árvores
que escondiam os reflexos da lua.

No escuro da noite
naquela fazenda
as estrelas salpicavam
a textura rústica
do tapete de palha,
assim completava o bordado
das brancas cortinas de malha.

Naquela casa tão grande
havia objetos antigos:
artesanato de terracota,
uma minúscula bandeja
com duas xícaras de chá,
almofadas, quadros, flores,
a iluminaria cor de bronze
incidia uma luz tosca
sobre os polidos puxadores.

Ficava tudo em ordem
na casa da fazenda
uma mesa abençoada
nunca faltava o pão,
cadeiras com tiras trançadas,
sempre limpinho o chão,
um grande baú cheio de sonhos
servia de banco ao fechar,
também haviam dias ensolarados
e muita história pra contar.



 

 

publicado por SISTER às 11:59

Sempre que devo falar em educação procuro não parecer cética, mas me lembro do que dizia um velho e experiente professor: "Se numa turma de quarenta alunos faço um aprender a pensar, me dou por satisfeito". Não sou modelo de vida escolar. Não fui boa aluna, passei a gostar de estudar quase  na faculdade, em geral fui medíocre. Das coisas boas que me marcaram, uma foram os limites sensatos, outra, a autoridade bondosa. Nada a ver com autoritarismo, desrespeito ou controle abusivo. Fui uma criança rebelde, numa época em que criança dormia cedo, nunca discutia com os adultos, menina deixava seu quarto impecável, bordava com mãos de fada e aprendia a ser uma moça tranqüila, obedecendo ao futuro marido com a mesma graça com que obedecia a pais, avós e professores.
 
Eu não era nada disso: meu problema era a indisciplina. Coisas inocentes da perspectiva atual, como rir em aula, dificuldade em ficar quieta, achar graça onde ninguém via graça nenhuma e me entediar mortalmente na maioria das vezes. Sonhar olhando pela janela com vontade de estar em casa, lendo debaixo das árvores ou aconchegada no meu quarto. Ah, aquela cama embutida em prateleiras! Mesmo assim, havia algo de reconfortante em existir um tipo de ordem e algumas exigências, evitando que, montada na vassoura da fantasia e do precoce desejo de independência, eu sumisse no ar ou nas páginas de algum livro. O colégio era severo, não cruel. Estudava-se muito. Aos 11 anos comecei a aprender latim, que me ajudaria a compreender melhor meu próprio idioma, entre outras coisas, e aos 12 decorávamos poemas em francês, alguns dos quais até hoje recordo (mal).

Na matemática e nas ciências exatas meu fracasso era espetacular. Meu bom professor de matemática, que me deu intermináveis séries de aulas particulares, lamentava-se com meu pai: "Essa menina não é burra, mas não aprende nada, só fica me olhando com olhar meio desamparado".

Décadas depois, interrogada por jornalistas a respeito de meu desempenho escolar, minha mãe respondeu com bom humor e muito realismo:  "Ah, ela era uma aluna nota vírgula".

E explicou: eu estava sempre precisando de nota para ser aprovada em matemática e ciências exatas e, achava ela, por compaixão os professores me davam o décimo faltante. Eu precisava de nota 5, me davam 5 vírgula 1; precisava de 3, vinha um 3 vírgula 4. A vírgula me salvava da reprovação (segundo minha mãe). Repetir o ano era o horror dos horrores. Para a meninada de hoje isso deve soar quase irreal. A gente recebia nota, sim, não conceitos vagos. Era reprovado, sim, com certa facilidade, o que significava um exame de segunda época no período das esperadas férias de verão e uma enorme possibilidade de repetir o ano – o máximo opróbrio. Hoje, é preciso esforçar-se para conseguir uma reprovação.  Repetir o ano? Quase impossível.

Muito de psicologia mal interpretada nos mostrou pelos anos 60 que não dá para traumatizar crianças e jovens: eles têm de aprender brincando. Esqueceu-se que a vida não é brincadeira e que o colégio – como a família – deveria nos preparar para ela. Transformou-se a escola num reduto familiar: professoras são tias, e muitas vezes a bagunça é generalizada, porque na família talvez seja assim. Um pouco de ordem na infância e na adolescência – em casa, na escola e na sociedade em geral – ajudaria a aliviar a perplexidade e a angústia dos jovens. Respeito deveria ser algo natural e geral, começando em casa, onde freqüentemente as crianças comandam o espetáculo. O exemplo vem de cima, e nisso estamos mal. Corrupção e impunidade são o modelo que se nos oferece publicamente. Se os pais pudessem instaurar uma ordem em casa – amorosa, mas firme –, dando aos filhos limites e sentido, respeitando o fato de eles estarem em formação, estariam sendo melhores do que agindo de forma servil ou eternamente condescendente. Aliás, em casa começaria o melhor currículo, a melhor ferramenta para a vida: respeitar, enxergar e questionar.
 
Nem calar a boca, como antigamente, nem gritar, bagunçar ou ofender: dialogar, comunicar-se numa boa, com irmãos, pais e outros. Isso estimularia a melhor arma para enfrentar o tsunami de informações, das mais positivas às mais loucas, que enfrentamos todos os dias: discernimento.

O resto, meus caros, pode vir depois: com todas as teorias, nomenclaturas, "modernidades" e instrumentação. É ornamento, é detalhe, pouco serve para quem não aprendeu a analisar, ler, concentrar-se, argumentar e ser um cidadão integrado e firme no caótico e admirável mundo nosso.


 

publicado por SISTER às 11:44
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