Despotismo e nova escravatura,
quer sexual quer para tráfico de
droga, roubaram as últimas flores,
de um jardim, que se queria
grandioso, donde sairiam as novas
crianças, futuro sublime de um povo.
Mas gente sem escrúpulos, em esquinas
aguardando, do movimento, o mais
frágil e descuidado, não tem pejo em
roubar os inocentes, levando-os para
fora de seu país (mordaça na boca e
olhos vendados), para um fim terrível.
Chegados, ao algoz, que os espera,
insaciável, dão-lhes uma malga de arroz,
dentro do casebre putrificado, que será
o lar destes inocentes, e, logo, são
jogados à terra, trabalhando-a, noite e dia,
com o choro a invadir-lhes o rosto.
Os outros são largados, petrificados, nas
ruas, que não conhecem, e, apenas a
saudade os assalta, em cada barulho
envolvente. Mas sabem que têm de
cumprir e vender os estupefacientes, se
querem um lar à noite e algo que comer.
Enquanto isso os monstros enriquecem,
sabendo-se longe de tudo e da salvação,
que não virá nunca, em socorro destas
crianças, bem escondidas, de seu país natal,
sem qualquer correspondência ou
possibilidade de fuga, rodeadas de carrascos.
Vez outra dão fala destes casos nas televisões,
mas não passa de notícias para estrangeiro
ver, porque os jardins continuam despojados,
da inocência, de nossas crianças, que lá se
encontram raptadas e exploradas, em Terras
de ninguém, onde jamais a ordem imperará .